O relator do processo de cassação da deputada Carla Zambelli (PL-SP), deputado Diego Garcia (Republicanos-PR), apresentou nesta terça-feira (XX) parecer recomendando a manutenção do mandato da parlamentar.

De acordo com Garcia, não há provas de que Zambelli tenha coordenado a invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). "Eu analisei toda a ação e encontrei suspeitas, mas não certezas de que a deputada tenha ordenado as invasões. A acusação se baseia no depoimento do hacker Walter Delgatti", afirmou o relator.

O caso chegou à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) após a deputada ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o que abriu caminho para a possível perda de mandato. Zambelli está presa desde julho, quando foi detida em Roma, na Itália, após ter o nome incluído pela Interpol na lista de difusão vermelha.

A leitura do parecer deve ocorrer no início da sessão da CCJ, mas a expectativa entre parlamentares é de que um pedido de vista adie a análise para a próxima semana.

A condenação que fundamenta o processo está relacionada à invasão do sistema do CNJ. Após o esgotamento dos recursos, Zambelli deixou o Brasil, teve a prisão decretada e passou a ser procurada internacionalmente.

Apesar da prisão, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), optou por não decretar a perda do mandato por meio da Mesa Diretora e encaminhou o caso à CCJ. Depois da análise no colegiado, o processo seguirá para votação em plenário, o que garantiu mais tempo à deputada na Casa.

A sessão desta terça-feira marca o posicionamento do relator e oficializa o início da tramitação do caso. Entre deputados, há quem avalie que o processo pode chegar ao plenário ainda este ano.