Poder e Governo
Lula deve reconduzir Messias ao STF caso Senado rejeite indicação, dizem aliados
Presidente reforça que não trabalha com plano B, mesmo diante de resistência de Alcolumbre
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva mantém sua decisão de indicar o ministro Jorge Messias, da Advocacia-Geral da União, para a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal (STF), e tem afirmado a aliados que, mesmo em caso de rejeição pelo Senado, pretende reapresentar o nome de Messias. Após o aumento da tensão entre o Senado e o Palácio do Planalto no fim de semana, Lula reiterou a pessoas próximas que não cogita alternativas para o posto deixado por Luís Roberto Barroso.
Lula também sinalizou que não dará sequência às especulações sobre outros possíveis indicados à Corte, caso Messias seja derrotado no Senado. O presidente tem conduzido pessoalmente a articulação política do governo diante da crise. Com a comunicação interrompida entre o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e o líder do governo, Jaques Wagner (PT-BA), desde o anúncio da escolha de Messias em 20 de novembro, Lula assumiu as negociações e tem buscado apoio diretamente com senadores. Há expectativa de que Lula e Alcolumbre conversem nos próximos dias.
— Minha relação com o Alcolumbre está boa. Ainda não conversamos, mas isso está sendo trabalhado. Tem muita gente no meio fazendo essa movimentação, vice-líderes, líderes de outros partidos. A conversa está andando — afirmou Jaques Wagner nesta terça-feira.
Segundo relatos, durante um almoço reservado com o senador Weverton Rocha (PDT-MA), relator da indicação de Messias ao STF, Lula reiterou estar satisfeito com a escolha e não pretende recuar. Weverton indicou que deve apresentar parecer favorável à indicação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.
O Palácio do Planalto reconhece as dificuldades enfrentadas por Messias no Senado e busca ganhar tempo para ampliar a articulação do ministro com os parlamentares. Como a mensagem oficial comunicando a decisão de Lula ainda não foi enviada formalmente ao Congresso, o governo estuda adiar a sabatina prevista para 10 de dezembro. Outra possibilidade considerada é postergar a análise da CCJ para 2026.
Messias enfrenta resistência em sua interlocução com o Senado. Nesta terça-feira, estava previsto, a pedido do próprio Messias, um almoço com integrantes do bloco parlamentar 'Vanguarda', formado por 16 parlamentares do PL e do Partido Novo, mas a agenda foi cancelada.
O advogado-geral da União também solicitou uma reunião com o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), nome preferido do Senado para a vaga de Barroso, mas preterido por Lula. A expectativa é que o encontro entre Pacheco e Messias só ocorra quando a tensão entre o Planalto e o Senado diminuir.
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