Poder e Governo
Relator da PEC da Segurança apresenta texto final a líderes sob pressão do governo
Mendonça Filho (União-PE) se reúne com lideranças nesta terça-feira; votação na comissão especial está prevista para quinta-feira
Mendonça Filho (União-PE), relator da PEC da Segurança, apresenta nesta terça-feira o texto final da proposta em reunião com líderes partidários. A etapa é considerada decisiva pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que espera a votação do parecer na Comissão Especial já na quinta-feira.
A movimentação ocorre em meio à pressão do governo para acelerar a tramitação da pauta. Na última quarta-feira, Motta se reuniu com a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, que solicitou prioridade para a PEC em um momento de tensão entre Executivo e Legislativo.
Em declarações públicas, o presidente da Câmara reforçou que a segurança pública é prioridade para a Casa, sinalização feita após semanas de atritos com o Palácio do Planalto.
A relação entre Câmara e governo se deteriorou durante a tramitação do PL Antifacção, considerado prioritário pelo Executivo. Motta designou o secretário de Segurança de São Paulo, Guilherme Derrite (PP-SP) — adversário do Planalto — como relator, irritando a base governista e acentuando o desgaste.
Agora, as atenções se voltam para a PEC da Segurança, vista pelo governo como central para reorganizar competências federativas e fortalecer o combate ao crime organizado.
O relatório final de Mendonça Filho deve trazer ajustes em competências operacionais, instrumentos de enfrentamento às facções e mecanismos de coordenação entre União, estados e municípios.
Ainda não há detalhes públicos sobre o texto, mas o relator manteve diálogo com bancadas da segurança, governadores e líderes do centrão, articulação acompanhada de perto pelo Planalto.
Governadores, entretanto, têm demonstrado resistência a alguns pontos da proposta. A principal preocupação é que a PEC ultrapasse atribuições estaduais. Para amenizar o impasse, o Ministério da Justiça incluiu, antes do envio da proposta, um parágrafo reafirmando que não há intenção de invadir prerrogativas dos estados.
O dispositivo esclarece que a PEC “não exclui” as “competências comuns e concorrentes dos demais entes federativos relativas à segurança pública e à defesa social, nem restringe a subordinação das polícias militares, civis e penais e dos corpos de bombeiros militares aos governadores dos Estados e do Distrito Federal”.
Caso os trâmites sejam cumpridos, a expectativa é que o projeto siga para votação em plenário na próxima semana.
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