Poder e Governo
Otoni de Paula admite arrependimento por tratar Bolsonaro como 'mito'
Deputado e pastor afirma não querer mais ser visto como 'extremista' e reconhece comportamento radical no passado
Em mais um sinal de distanciamento do bolsonarismo, o deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ) declarou, em discurso na Câmara, que se arrepende de ter tratado o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como 'mito'. O parlamentar, que também exerce o ministério pastoral na Assembleia de Deus Missão, afirmou que prefere 'andar sozinho do que mal acompanhado' e ressaltou não desejar mais ser visto como 'extremista'.
A fala ocorreu nesta terça-feira (11), um dia após o trânsito em julgado da condenação de Bolsonaro e de outros sete réus do núcleo central da tentativa de golpe investigada pelo STF.
"Me arrependo quando gritei mito num lugar onde só deveria cultuar o Senhor. A culpa nunca foi de Bolsonaro. A culpa foi minha mesmo. Por isso, resolvi alertar meus irmãos que estão no mesmo lugar que eu estive", declarou Otoni. "Estou envergonhado, porque não parecia um pastor. Parecia um louco, que acha que tudo se resolve na bala e no tiro."
Durante o mandato de Bolsonaro, Otoni chegou a ocupar a vice-liderança do governo na Câmara. Nos últimos meses, porém, tem intensificado o afastamento do bolsonarismo e buscado aproximação com o governo Lula (PT). No ano passado, por exemplo, o deputado apoiou pautas defendidas pelo Planalto, o que gerou críticas e acusações de traição por parte de lideranças evangélicas.
O distanciamento se aprofundou após Otoni recusar apoio ao candidato do bolsonarismo na disputa municipal de 2023, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), e adotar posições críticas a aliados do ex-presidente. Em fevereiro deste ano, Otoni manifestou apoio a decisões do Supremo Tribunal Federal e se posicionou em temas sensíveis para a base bolsonarista.
Recentemente, o parlamentar também se pronunciou após o anúncio da aposentadoria do ministro Ricardo Lewandowski e criticou a megaoperação policial contra o Comando Vermelho, que resultou na morte de 122 pessoas, sob comando do governador Cláudio Castro (PL-RJ).
"Ao invés de ficar ao lado da Justiça, eu preguei que bandido tem que morrer. Em vez de denunciar o pecado do racismo, preferi dizer que racismo não existe na minha nação. Em vez de ser a favor da equidade, resolvi ser a favor da tal meritocracia. Como se filho de pobre pudesse concorrer com o rico", completou em seu discurso.
Mais lidas
-
1DEFESA NACIONAL
'Etapa mais crítica e estratégica': Marinha avança na construção do 1º submarino nuclear do Brasil
-
2ECONOMIA GLOBAL
Temor dos EUA: moeda do BRICS deverá ter diferencial frente ao dólar
-
3REALITY SHOW
'Ilhados com a Sogra 3': Fernanda Souza detalha novidades e desafios da nova temporada
-
4FUTEBOL INTERNACIONAL
Flamengo garante vaga na Copa do Mundo de Clubes 2029 como quinto classificado
-
5REALITY SHOW
Quem é quem em 'Ilhados com a Sogra 3'? Veja os participantes da nova temporada