Poder e Governo
Oposição se alia ao Centrão na Câmara e a MDB, PSD e União no Senado para derrubar vetos e impor derrota ao governo
No Senado, União Brasil, partido de Alcolumbre, não registrou votos favoráveis ao governo
O governo sofreu uma nova derrota no Congresso Nacional durante a sessão que analisou vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Mais uma vez, partidos de oposição e do Centrão se uniram para pressionar o Palácio do Planalto, aprofundando a crise nas relações com o Legislativo nas últimas semanas. Levantamento do jornal O Globo sobre a votação desta quinta-feira aponta que, até mesmo no Senado — ambiente até então mais favorável ao governo —, houve uma postura coesa contra o Executivo.
Em sessão conjunta, deputados e senadores rejeitaram vetos ao Propag e a dispositivos do licenciamento ambiental. No caso do licenciamento, parte dos vetos do governo foi mantida, mas os pontos mais sensíveis para a equipe ambiental foram derrubados. Já em relação ao Propag, o plenário rejeitou trechos estratégicos e ainda destacou um número expressivo de dispositivos para análise separada, ampliando o desgaste do governo.
Segundo o levantamento, com base em 24 votações até o momento, siglas do Centrão que ocupam cargos em ministérios deram menos de um quarto de seus votos a favor do governo. O PSD, por exemplo, apoiou o governo em apenas 22% das votações na Câmara. O União Brasil teve apoio ainda menor, também com 22%. O PP ficou em 13%.
No Senado, o cenário não foi diferente. Todos os votos do União Brasil, partido de Davi Alcolumbre, foram contrários ao governo, assim como os do PP. Embora a composição das bancadas e a proximidade com o Executivo variem entre Câmara e Senado, Alcolumbre — considerado um dos principais articuladores do Palácio do Planalto no Congresso — votou para derrubar todos os vetos analisados.
Mesmo entre partidos tradicionalmente mais alinhados ao governo no Senado, como o MDB, apenas 12% dos votos foram favoráveis ao Palácio do Planalto. No PSD, outra legenda com senadores simpáticos ao governo, o índice de apoio ficou em 30%.
O movimento ocorre em meio a um ambiente político já tensionado. Na véspera, os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), não compareceram à cerimônia de sanção da ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda. A ausência, interpretada como um recado institucional, abriu caminho para uma sessão em que o governo não conseguiu articular uma defesa efetiva.
A crise se agravou no Senado após o presidente Lula insistir na indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para o Supremo Tribunal Federal (STF), como substituto de Luís Roberto Barroso. Alcolumbre defendia a indicação do senador Rodrigo Pacheco para a vaga. Antes da sessão, Alcolumbre negou que a votação tenha sido uma resposta ao governo:
— O Parlamento não pode se furtar às suas responsabilidades constitucionais — afirmou.
Veja como votou cada partido na Câmara e no Senado:
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