Poder e Governo
Dez anos após derrota para Dilma, Aécio assume comando tucano para tentar 'recolocar o PSDB no tabuleiro político'
Deputado diz que sigla não deve lançar nome à Presidência, mas admite hipótese em disputa restrita a Lula e bolsonarismo
Símbolo do último suspiro e também da derrocada tucana, o deputado federal (MG) será anunciado hoje como presidente nacional do PSDB. Pouco mais de dez anos depois das eleições de 2014, quando perdeu para , e da Operação Lava-Jato ajudar a enfraquecê-lo, o ex-governador de Minas Gerais vaticina um “alargamento da avenida do centro” após 2026, sem o presidente Lula e Jair Bolsonaro no jogo. Para o ano que vem, no entanto, não pretende fazer o partido lançar candidatura própria ao Planalto.
Em visita ao Senado, Messias diz ainda não ter sido recebido por Alcolumbre:
Entenda:
— Não é uma obsessão nossa agora. Provavelmente será em 2030. Mas, se não surgir uma candidatura ao centro que nos faça enfrentar o que está aí, o PSDB pode pensar numa candidatura — afirma o sucessor de Marconi Perillo. — A partir do ano que vem teremos um alargamento da avenida do centro. Mesmo que Lula ganhe, ele e Bolsonaro não serão protagonistas do futuro. Com esses atores fora, reabre-se uma avenida. Existe um espaço esperando o PSDB.
O plano principal em 2026, segundo Aécio, é eleger 30 deputados federais e “recolocar o PSDB no tabuleiro político”. Na visão dele, os tucanos vão superar com facilidade a cláusula de barreira, que impõe metas de desempenho para que os partidos sobrevivam.
Aceno a Tarcísio
Instado a analisar qual seria o nome ideal para representar na eleição presidencial o que chama de centro, o ex-senador menciona o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), aliado ferrenho de Bolsonaro. Mas não sem alfinetá-lo.
— Os nomes colocados são frágeis. Quem poderia abrir conversas e ocupar o espaço, mas precisaria fazer sinais claros, é o governador de São Paulo, se estiver disposto a ter uma agenda que é do país, não do bolsonarismo — avalia. — Mas ainda é uma grande incógnita.
Nos últimos anos, o PSDB sofreu um baque. A bancada em Brasília, antes numerosa, ficou com apenas 18 deputados depois da última eleição, incluindo os do Cidadania, que compôs uma federação com o partido. Os governadores eleitos pela legenda — Eduardo Leite, no Rio Grande do Sul, Raquel Lyra, em Pernambuco, e Eduardo Riedel, no Mato Grosso do Sul — pularam do barco nos últimos meses. No jogo presidencial de 2022, os tucanos não tiveram candidatura própria pela primeira vez desde a fundação.
— Passamos por uma lipoaspiração para voltar com mais energia e musculatura. Perdemos alguns quadros que optaram pelo canto da sereia das suas circunstâncias, um caminho mais fácil. Mas nem sempre esse é o caminho que nos leva mais longe — critica o novo presidente do PSDB.
Entre as apostas do partido nos estados, a principal é Ciro Gomes, no Ceará. Recém-filiado, o ex-PDT tem aparecido em pesquisas da eleição presidencial, mas o dirigente afirma que todas as conversas com ele giram em torno da conjuntura cearense.
O próprio Aécio é cotado para disputar em Minas, mas evita bater o martelo agora:
— É claro que, diante do vazio do quadro político em Minas, há uma pressão enorme em torno de mim para disputar o governo ou o Senado. Mas essa é uma decisão para março do ano que vem.
Caminho pós-2014
Sobre a derrocada tucana, Aécio se defende das críticas pela postura após a derrota de 2014 e alega que nunca deslegitimou o resultado das urnas: diz que pediu apenas uma auditoria externa após “ilegalidades” que o PT teria praticado na campanha.
Sobre o impeachment de Dilma, reconhece que o impopular governo Michel Temer, avalizado pelo PSDB, abriu espaço para outra força — o bolsonarismo — ganhar tração em 2018, mas argumenta que apoiar o emedebista foi um “gesto de responsabilidade”.
Logo após a derrota em 2014, Aécio viu o capital político minguar. No ano seguinte, surgiram os primeiros indícios envolvendo o então senador na Lava-Jato — dos quais seria inocentado. A despeito do recall da eleição anterior, optou por se eleger deputado em 2018, em vez de tentar a reeleição no Senado ou se colocar como presidenciável.
Agora, alega que não sonha mais com a Presidência:
— Já tive minha oportunidade, e, sendo muito franco, ali o Brasil tomou a trilha errada, sem falsa modéstia alguma.
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