No terceiro dia de detenção, o ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu, na manhã desta segunda-feira, a visita de Eduardo Torres, irmão da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, na Superintendência Regional da Polícia Federal (PF), em Brasília. Torres chegou ao local pouco depois das 8h, levando uma caixa com alimentos e medicamentos destinados ao ex-presidente.

O movimento em frente à sede da PF esteve tranquilo durante a manhã, sem a presença de apoiadores.

Esta não foi a primeira visita de Torres ao local. No sábado, ele já havia comparecido para entregar remédios ao ex-presidente.

Desde que foi levado para uma sala na Superintendência da PF, no sábado pela manhã, Bolsonaro tem evitado consumir as refeições fornecidas pela corporação. Segundo aliados, ele segue um cardápio com baixo teor de gordura, conforme orientação médica, e tem se alimentado exclusivamente com comidas levadas por familiares e auxiliares.

No domingo, por exemplo, pessoas próximas relataram que Bolsonaro recebeu pão com ovo e café com leite. A família também providenciou itens pessoais, como escova de dente e desodorante, que passaram por inspeção da PF. Para o almoço, a preferência continuou sendo por comida caseira, simples e sem gordura.

A entrega de alimentos por familiares é permitida, desde que respeitados os protocolos de segurança. No sábado, logo após a chegada à Superintendência, Bolsonaro não jantou e teria dito estar sem fome, mesmo diante do cardápio padrão da unidade, que inclui arroz, feijão, salada e proteína — menu repetido no almoço dos custodiados.

De acordo com aliados, o ex-presidente permanece calmo, conversando normalmente e sem intercorrências.

Ao longo do dia, Bolsonaro recebeu advogados e foi visitado pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, após a audiência de custódia que determinou a manutenção de sua detenção. A expectativa é de que a rotina siga marcada pela presença de familiares enquanto ele permanecer na Superintendência.

Preso preventivamente desde sábado, Bolsonaro aguarda a análise de embargos de declaração na ação penal referente à trama golpista, na qual foi condenado a 27 anos de prisão em regime fechado. A expectativa entre aliados é de que o processo seja concluído nos próximos dias.