O ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu a visita da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro na tarde deste domingo (data a ser informada), na Superintendência da Polícia Federal, onde está detido desde sábado.

A visita foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Michelle, que estava em Fortaleza participando de um evento do PL Mulher, presidido por ela, viajou a Brasília após a prisão do marido.

No sábado, os advogados de Bolsonaro já haviam solicitado que Michelle e os filhos pudessem visitá-lo, sem especificar uma data. Moraes determinou que a defesa informe quais dos filhos do ex-presidente desejam realizar a visita, para que seja concedida autorização. Bolsonaro tem cinco filhos e uma enteada.

Bolsonaro foi preso preventivamente na manhã de sábado, por decisão de Moraes, atendendo a um pedido da Polícia Federal, que justificou a medida como necessária para garantir a ordem pública.

A corporação alegou que uma vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, no condomínio onde Bolsonaro cumpria prisão domiciliar, poderia provocar "tumulto" e criar um "ambiente propício para fuga".

"O conteúdo da convocação para a referida 'vigília' indica a possível tentativa da utilização de apoiadores do réu Jair Messias Bolsonaro, em aglomeração a ser realizada no local de cumprimento de sua prisão domiciliar, com a finalidade de obstruir a fiscalização das medidas cautelares e da prisão domiciliar", afirmou Moraes em sua decisão.

O ministro também destacou que Bolsonaro tentou violar a tornozeleira eletrônica na madrugada de sábado, fato admitido pelo próprio ex-presidente aos agentes que foram até sua residência para averiguar o ocorrido.

"A informação constata a intenção do condenado de romper a tornozeleira eletrônica para garantir êxito em sua fuga, facilitada pela confusão causada pela manifestação convocada por seu filho", escreveu Moraes.

Bolsonaro permanecerá na Superintendência da PF pelo menos até domingo, quando passará por audiência de custódia, que avaliará a legalidade da prisão preventiva. Na segunda-feira, a decisão de Moraes será analisada pelos demais ministros da Primeira Turma do STF, em sessão virtual extraordinária.