Poder e Governo
Apoiadores protestam contra prisão em frente ao condomínio de Bolsonaro no Rio e pedem 'fora' Lula e Moraes
Ministro do STF determinou detenção do ex-presidente após convocação de vigília em Brasília e violação de tornozeleira eletrônica
Apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) realizaram um protesto na manhã deste domingo em frente ao condomínio Vivendas da Barra, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, onde reside o ex-presidente. A manifestação ocorre um dia após a determinação de prisão domiciliar por parte do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), motivada por uma convocação de vigília em Brasília e pela violação da tornozeleira eletrônica.
Vestidos com roupas nas cores verde, amarela e azul, os manifestantes exibiram faixas em apoio a Bolsonaro e com críticas ao ministro Alexandre de Moraes, ao presidente Lula (PT) e ao vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). Bandeiras do Brasil foram agitadas às margens da Avenida Lúcio Costa, onde está localizado o condomínio.
Entre as mensagens exibidas, destacavam-se frases como: "Fora Lula e Alckmin. Impeachment Alexandre de Moraes". Outra faixa pedia apoio dos motoristas e a libertação de apoiadores detidos sob acusação de envolvimento em tentativa de golpe de Estado, em janeiro de 2023: "Buzine. Libertação dos patriotas presos". Uma terceira faixa afirmava: "Golpe é eleição sem Bolsonaro".
Por volta das 10h, aproximadamente 25 pessoas participavam do protesto. O número aumentou ao longo da manhã, chegando a cerca de 60 manifestantes às 11h30.
Na noite anterior, sábado, uma vigília evangélica convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) para rezar pela saúde e liberdade do ex-presidente terminou em tumulto. O evento, que reuniu cerca de cem pessoas em frente à rotatória de acesso ao condomínio, foi interrompido após um homem que se apresentou como pastor discursar em defesa da prisão de Bolsonaro.
Ismael Lopes, de 34 anos, pediu a palavra e foi chamado por Flávio Bolsonaro por volta das 20h15. Ao lado do senador, leu uma passagem bíblica afirmando que "quem cava covas por elas será engolido" e, em seguida, defendeu a condenação de Bolsonaro pelas ações durante a pandemia de Covid-19, que resultaram em mais de 700 mil mortes no país.
Logo após o discurso, Lopes foi perseguido e agredido por apoiadores do ex-presidente. A Polícia Militar interveio utilizando spray de pimenta para dispersar os agressores e escoltou Lopes até um carro de aplicativo. Segundo relato à polícia, ele tinha consciência dos riscos ao se manifestar no local.
Durante a agressão, Lopes foi alvo de socos e pontapés, tendo uma das mangas de sua camisa rasgada. Flávio Bolsonaro pediu que a violência cessasse, mas não foi atendido.
Lopes é integrante da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito, grupo que também organiza eventos com a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, em diferentes estados. Apesar de não ser pastor, milita por causas progressistas e de esquerda. Em seu perfil no Facebook, exibe como imagem de capa uma ilustração com os rostos de Karl Marx, Vladimir Lênin, Joseph Stálin e Mao Tsé-Tung.
Morador de Brasília, Lopes afirmou que não agiu em ação coordenada pela Frente, mas avisou lideranças do movimento sobre sua intenção de discursar no evento bolsonarista. Ele também já representou a Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito em reunião do Conselho de Participação Social da Presidência da República, em dezembro de 2024.
Após o tumulto, a vigília foi encerrada. Estiveram presentes, além de Flávio e Carlos Bolsonaro, os senadores Rogério Marinho (PL-RN) e Izalci Lucas (PL-DF), e os deputados Hélio Lopes (PL-RJ) e Bia Kicis (PL-DF).
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