Poder e Governo
Violação da tornozeleira de Bolsonaro: o que já se sabe e o que falta esclarecer
Ex-presidente admitiu ter tentado abrir o equipamento, mas motivos e momento da ação ainda não foram detalhados
A violação da tornozeleira eletrônica do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), admitida pelo próprio, foi um dos fatores que levaram à decretação de sua prisão preventiva, determinada no sábado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A agentes da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seape), Bolsonaro relatou ter utilizado um ferro de solda para tentar abrir o equipamento, alegando "curiosidade" como justificativa para o ato.
Apesar do reconhecimento, ainda persistem dúvidas quanto à real motivação e ao momento exato em que a tentativa ocorreu. Essas questões poderão ser esclarecidas em manifestação que a defesa do ex-presidente deverá apresentar ao STF.
O que já se sabe e o que falta descobrir:
Danos
Relatório enviado no sábado pelo Centro Integrado de Monitoração Eletrônica (Cime), órgão vinculado à Seape, ao STF, aponta que "o equipamento possuía sinais claros e importantes de avaria. Havia marcas de queimadura em toda sua circunferência, especialmente no local de encaixe/fechamento do case".
O documento também registra que o próprio Bolsonaro "informou que fez uso de ferro de solda para tentar abrir o equipamento". O órgão enviou ainda um vídeo, divulgado pelo STF, que mostra a tornozeleira danificada e registra, ao fundo, o diálogo entre Bolsonaro e a diretora adjunta do Cime, Rita Gaio.
— O senhor usou alguma coisa para queimar isso aqui?
— Meti ferro quente aí. Curiosidade.
— Que ferro foi? Ferro de passar?
— Não, ferro de solda.
Momento
O momento exato da tentativa de violação ainda não foi esclarecido. O alerta de violação da tornozeleira foi registrado às 0h07 de sábado. No entanto, em conversa com agentes, Bolsonaro afirmou que começou a usar o ferro de solda ainda durante a tarde.
— Que horas o senhor começou a fazer isso, seu Jair? — questionou Rita Gaio.
— Lá pro final da tarde — respondeu Bolsonaro.
Motivo
Até o momento, a única explicação apresentada para o episódio foi a "curiosidade" mencionada por Bolsonaro. No sábado, o ministro Alexandre de Moraes concedeu prazo de 24 horas para que a defesa do ex-presidente esclareça o ocorrido.
"Dessa maneira, determino que a defesa de Jair Messias Bolsonaro manifeste-se, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, sobre a violação do equipamento (‘tornozeleira eletrônica’)", ordenou o ministro.
No sábado, o advogado Paulo Cunha Bueno, integrante da equipe de defesa do ex-presidente, esteve na Superintendência da Polícia Federal (PF), onde Bolsonaro está detido. Ao deixar o local, criticou a prisão, mas preferiu não comentar sobre a violação da tornozeleira.
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