Poder e Governo
Diretora que abordou Bolsonaro sobre tornozeleira já foi condecorada por 'ato de bravura' no 8 de janeiro
Rita de Cássia Gaio Siqueira ganhou destaque ao questionar Jair Bolsonaro sobre a tornozeleira violada. Sua trajetória no sistema penitenciário do DF inclui cargos de chefia e atuação técnica em monitoramento eletrônico.
Rita de Cássia Gaio Siqueira, diretora-adjunta da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (SEAPE-DF), é a responsável pela voz ouvida no vídeo gravado pela Polícia Federal em que aborda o ex-presidente Jair Bolsonaro sobre a violação da tornozeleira eletrônica, supostamente adulterada com um ferro de solda. Com cautela, ela questiona: “Que horas o senhor começou a fazer isso, seu Jair?”, momento que antecedeu a prisão preventiva do ex-presidente neste sábado. A postura demonstrada por Rita reflete sua sólida experiência no sistema prisional, marcada por passagens em funções técnicas, operacionais e de chefia, além de uma homenagem recebida da Câmara Legislativa do Distrito Federal por “ato de bravura” durante os ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023.
Em 2023, Rita de Cássia foi uma das policiais penais homenageadas com votos de louvor e aplausos pela Câmara Legislativa do DF. A moção, proposta pela deputada distrital Paula Belmonte (Cidadania), destacou profissionais da SEAPE que atuaram na Esplanada dos Ministérios para conter a invasão e depredação do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal. O documento ressalta que os policiais “agiram prontamente” e tiveram papel crucial para evitar que os danos fossem ainda maiores durante os ataques. Rita integrou o grupo reconhecido pelo comprometimento e profissionalismo diante do maior ataque às instituições democráticas desde a redemocratização.
O episódio envolvendo Bolsonaro não foi o primeiro em que Rita lidou com ocorrências relacionadas a tornozeleiras eletrônicas. Em 2022, atuando no Centro Integrado de Monitoração Eletrônica da SEAPE, ela emitiu relatório notificando o STF sobre o desligamento completo do equipamento utilizado pelo então deputado Daniel Silveira — uma falha grave, já que a bateria descarregada impedia a verificação da localização e inviabilizava o monitoramento de possíveis violações. Embora o documento não tenha sido assinado por Rita, foi emitido sob sua responsabilidade técnica.
Com trajetória consolidada no sistema penitenciário, Rita ocupa cargos de coordenação e direção há anos. Em 2015, foi nomeada chefe do Núcleo de Ensino e Aperfeiçoamento Profissional do Centro de Progressão Penitenciária, vinculado à Secretaria de Justiça e Cidadania do DF.
Antes de ingressar no serviço público, Rita também atuou no setor privado. Entre 2002 e 2006, foi sócia-administradora da empresa Gaio & Gonçalves Comercial Ltda., especializada em venda de equipamentos e suprimentos de informática, em Brasília. A empresa foi encerrada voluntariamente em 2006.
A cena em que Rita questiona Bolsonaro sobre o uso de um ferro de solda para tentar violar a tornozeleira ocorreu poucas horas antes da prisão preventiva do ex-presidente. Na ocasião, a equipe de monitoramento foi até a residência de Bolsonaro para averiguar o equipamento. O ex-presidente admitiu ter utilizado “ferro quente”, alegando curiosidade.
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