Poder e Governo

Aposentadoria de Barroso completa um mês e demora de Lula para nomear ministro do STF já é a quarta maior em três mandatos

Presidente deve retomar discussões sobre a escolha nesta semana, antes de embarcar para cúpula do Brics na África do Sul

Agência O Globo - 17/11/2025
Aposentadoria de Barroso completa um mês e demora de Lula para nomear ministro do STF já é a quarta maior em três mandatos
Aposentadoria de Barroso completa um mês e demora de Lula para nomear ministro do STF já é a quarta maior em três mandatos - Foto: Reprodução

Passado um mês desde a aposentadoria de Luís Roberto Barroso, o processo de escolha de seu sucessor já é o quarto mais demorado entre os três mandatos de Lula como presidente da República. A demora reforça a tendência do petista em sua atual gestão: os dois ministros indicados até agora foram justamente aqueles para os quais Lula mais demorou para definir um nome — Flávio Dino, após 58 dias, e Cristiano Zanin, após 51 dias.

Depois desses casos, o único processo mais longo foi o de Cármen Lúcia, escolhida por Lula em 2006, após 42 dias de espera. Os outros sete ministros nomeados pelo presidente foram indicados em menos de 20 dias.

Apesar da votação apertada no Senado para a recondução do procurador-geral da República, Paulo Gonet, ter acendido um alerta no governo, o advogado-geral da União, Jorge Messias, continua como favorito para a vaga no STF.

Lula deve voltar a tratar do tema nesta semana, antes de embarcar para a África do Sul, onde participará, nos dias 22 e 23, da reunião de cúpula do Brics.

Antes de anunciar a indicação, o presidente pretende se reunir com o ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e com o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas. Ambos também são cotados para o posto.

Após a indicação presidencial, o candidato a ministro do Supremo precisa ser sabatinado pelo Senado, ocasião em que os senadores podem questionar o indicado sobre temas sensíveis e o exercício do cargo.

Vale lembrar que, na história, a Casa barrou nomes para o Supremo apenas três vezes, em 1894, durante o governo de Floriano Peixoto, na Primeira República.