Poder e Governo
Afastado do cargo, prefeito 'tiktoker' já tentou se lançar a governador, senador e até presidente
Rodrigo Manga (Republicanos), aliado do governador Tarcísio de Freitas, deixa o cargo por 180 dias por suspeita de envolvimento em esquema de fraude e lavagem de dinheiro de verbas da saúde
O prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos), foi afastado do cargo por 180 dias após ser alvo de uma investigação da Polícia Federal (PF) sobre desvios de verbas da saúde do município. Manga, que ganhou notoriedade pelo alcance de suas redes sociais, especialmente no TikTok, já tentou se posicionar como candidato ao governo de São Paulo, ao Senado e, em suas próprias palavras, até à Presidência da República.
Manga é um dos principais alvos da operação "Copia e Cola", deflagrada no mês passado e que teve novos desdobramentos nesta quinta-feira, 7. A PF apura suspeitas de fraude e lavagem de dinheiro por meio de contratos de administração de instituições de saúde em Sorocaba e outros municípios da região. Foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva. Além disso, a Justiça determinou o bloqueio e a indisponibilidade de bens no valor de R$ 6,5 milhões, entre outras medidas cautelares, incluindo o afastamento do prefeito do cargo.
Conhecido como prefeito "tiktoker", Manga alega estar sofrendo perseguição política após se colocar como pré-candidato a cargos de maior relevância nas eleições de 2026. Ele já manifestou intenção de disputar até a Presidência no lugar de Tarcísio de Freitas, hipótese considerada improvável por dirigentes partidários. Ainda assim, o Republicanos chegou a cogitar seu nome para o Senado, especialmente após o agravamento da situação jurídica de Eduardo Bolsonaro (PL), atualmente nos Estados Unidos, no Supremo Tribunal Federal (STF).
No início deste ano, o PRTB — partido pelo qual o empresário e influenciador Pablo Marçal concorreu à Prefeitura de São Paulo em 2022 — chegou a convidar Manga para integrar seus quadros, segundo o dirigente Leonardo Avalanche. O objetivo seria viabilizar uma candidatura ao governo paulista. O partido, porém, é considerado nanico, tem acesso limitado ao fundo eleitoral e enfrenta uma crise interna marcada por denúncias de compra de votos, ameaças de morte e suspeitas de ligação com o PCC.
As especulações sobre o futuro político de Manga chegaram a ser testadas em pesquisas. De acordo com levantamento do Paraná Pesquisas divulgado em 14 de outubro, ele aparece com 8% a 10% das intenções de voto para o Senado — índice insuficiente para ameaçar nomes como Fernando Haddad (PT), com 38%, Geraldo Alckmin (PSB), 42%, Guilherme Derrite (PP), 23%, e Eduardo Bolsonaro, 32%.
Na hipótese de uma candidatura ao governo estadual, a sondagem mais recente, de 26 de agosto, apontou Manga com cerca de 5% das intenções de voto em cenário com Tarcísio de Freitas, e 9% na ausência do governador, cotado para disputar a Presidência contra Lula (PT). O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), aparece com o triplo dos votos, enquanto os principais nomes da esquerda — Geraldo Alckmin ou Márcio França (PSB) — registram 27% e 17%, respectivamente.
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