Poder e Governo
MP Eleitoral denuncia Pablo Marçal por injúria e difamação contra Datena
Durante campanha pela prefeitura de São Paulo, ex-coach chamou adversário de 'agressor de mulheres' e 'assediador sexual'; ele já foi considerado inelegível três vezes
O Ministério Público Eleitoral apresentou denúncia contra o ex-coach e empresário Pablo Marçal por injúria e difamação contra o apresentador José Luiz Datena. Segundo a Promotoria, os crimes ocorreram durante a campanha eleitoral de 2024, quando ambos eram candidatos à Prefeitura de São Paulo.
De acordo com o promotor de Justiça Eleitoral Cleber Masson, durante debates e em publicações nas redes sociais, Marçal “proferiu expressões e acusações ofensivas à honra e à reputação de Datena, chamando-o de ‘agressor de mulheres’, ‘assediador sexual’ e ‘comedor de açúcar’, além de afirmar que o jornalista ‘comprou o silêncio de uma menina’ em um suposto caso de assédio sexual”.
Para o Ministério Público, as manifestações tiveram fins eleitorais. A denúncia também cita uma segunda declaração, feita em entrevista no dia 20 de setembro de 2024, na qual Marçal afirmou que Datena teria “feito um contorcionismo jurídico” para se livrar de responsabilização por assédio sexual.
O promotor destacou que as ofensas configuram crimes de injúria e difamação, com agravante pelo objetivo de propaganda eleitoral e pelo uso de redes sociais. A denúncia pede, além da condenação, a fixação de um valor mínimo para reparação dos danos morais causados à vítima.
Marçal também é alvo de outras ações durante a mesma disputa eleitoral. O empresário afirmou reiteradamente que o adversário fazia uso de cocaína, chegando a divulgar um laudo falso sobre o tema.
Três condenações e inelegibilidade
Pablo Marçal já acumula três condenações eleitorais neste ano e está inelegível até 2032.
Em abril, a Justiça Eleitoral considerou que Marçal obteve vantagens indevidas ao promover os chamados “campeonatos de cortes”, nos quais oferecia premiações a usuários do Discord em troca da viralização de seus conteúdos na internet. O mecanismo de divulgação paga foi revelado anteriormente e passou a ser questionado judicialmente em pelo menos três processos, julgados de forma unificada.
A legislação proíbe que candidatos promovam, mediante pagamento, conteúdo relativo às eleições em perfis que não sejam os seus próprios — tanto no período oficial de campanha, entre 16 de agosto e 27 de outubro, quanto na pré-campanha, a partir de 1º de janeiro do ano eleitoral.
O empresário também foi condenado a pagar multa de R$ 420 mil por descumprir decisão judicial que determinava a suspensão imediata das atividades no Discord.
Em julho, Marçal voltou a ser condenado por abuso de poder econômico, uso indevido dos meios de comunicação social e captação ilícita de recursos durante a campanha.
A ação listou dez condutas supostamente ilegais do candidato, sendo duas reconhecidas pela Justiça. A sentença, assinada pelo juiz eleitoral Antonio Maria Patiño Zorz, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, cita como ilícitas a divulgação de conteúdos que questionavam o processo eleitoral e a imparcialidade da Justiça, além da publicação reiterada de informações falsas sobre adversários.
Os autos mencionam diversos vídeos com alegações de “censura” após a derrubada de perfis do empresário nas redes sociais. Ainda cabe recurso. Em nota, Marçal afirmou que recorrerá ao Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para reverter as decisões.
“Embora respeite o posicionamento da Justiça Eleitoral, reafirmo minha total convicção de que sou inocente”, declarou o empresário. “Não me movo por medo, nem por manchete. Continuo acreditando na Justiça e, acima dela, no propósito que me trouxe até aqui. Vou seguir firme, com transparência, respeito ao povo brasileiro e compromisso com a legalidade.”
Mais lidas
-
1DEFESA E TECNOLOGIA
Caça russo Su-35S é apontado como o mais eficiente do mundo, afirma Rostec
-
2VIDA PROFISSIONAL
Despedida de William Bonner: dicas de Harvard para equilibrar trabalho e vida pessoal
-
3ABUSO DE AUTORIDADE E AMEAÇA
Escândalo em Alagoas: Secretário Julio Cezar ameaça usar o poder do Estado contra subtenente do Exército
-
4INSPIRAÇÃO NA VIDA REAL
Ator de 'Tremembé' revela inspiração para personagem Gal
-
5TV E ENTRETENIMENTO
'Altas Horas' recebe Ludmilla e Arnaldo Antunes neste sábado