O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) promoveu um "aquecimento" para a COP-30 ao participar, neste sábado, do evento de sustentabilidade "Summit Agenda SP+Verde", realizado no Parque Villa Lobos, em São Paulo, em parceria com a USP. Apesar da proximidade do encontro global sobre o clima, que ocorrerá de 10 a 21 de novembro em Belém (PA), Tarcísio preferiu não comentar sobre sua expectativa para a conferência, que irá atualizar compromissos internacionais de redução das emissões de carbono. Parte dessa agenda climática é frequentemente rejeitada pela base de apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), padrinho político de Tarcísio.

O governador deixou o evento sem conceder entrevistas e não esclareceu se pretende participar de algum painel durante a COP-30. Segundo apuração do jornal O Globo, a tendência é que o estado de São Paulo seja representado pela secretária de Meio Ambiente, Natália Resende, acompanhada da subsecretária de Energia e Mineração, Marisa de Barros.

Como estratégia para se inserir nas discussões ambientais, Tarcísio destacou a implantação do Corredor Ecológico entre Cotia e Ibiúna, no interior paulista, e mencionou a obtenção de um empréstimo de US$ 110 bilhões junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), destinado a financiar projetos sustentáveis em prefeituras do estado. O repasse, garantido pela União, precisou de autorização do Congresso Nacional.

O governador também ressaltou investimentos em infraestrutura, como a expansão das linhas de metrô — que, segundo ele, representam um modal menos poluente — e a privatização da Sabesp, que prevê avanços na coleta e tratamento de esgoto.

Durante o evento, Tarcísio cedeu espaço para dois possíveis candidatos ao governo paulista em 2026: o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o presidente da Assembleia Legislativa, André do Prado (PL). Ambos discursaram em defesa do meio ambiente e como aliados das políticas públicas do governador. Nunes enfatizou a necessidade de apresentar resultados concretos: "O importante não é ficar fazendo reunião para dizer o que pretende fazer, mas promover encontros em que cada um mostre o que já foi feito, o que está sendo feito e o que continuaremos a fazer", afirmou, repetindo a frase por duas vezes.

Após a abertura, Tarcísio participou de um painel sobre bioeconomia ao lado do governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PP). Na ocasião, ambos destacaram ações de preservação ambiental e mitigação das mudanças climáticas em seus estados. Eles assinaram uma carta de intenções para cooperação em áreas como combate a incêndios, restauração ecológica, proteção da biodiversidade, integração logística e prevenção de desastres naturais.

Riedel, também crítico ao governo Lula, está em seu primeiro mandato e deve disputar a reeleição em 2026. Tarcísio, por sua vez, afirma publicamente que pretende buscar um novo mandato no governo paulista, embora nos bastidores seja cogitada uma possível candidatura à Presidência, desde que conte com o apoio de Bolsonaro.