Os Estados Unidos teriam enviado uma dura mensagem privada ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ressaltando que a morte de um alto comandante militar do Hamas configurou uma violação do acordo de cessar-fogo intermediado pelo presidente americano, Donald Trump.

Segundo o site Axios, que citou dois funcionários de Washington, o alerta da Casa Branca foi enviado em meio ao aumento das tensões entre os governos Trump e Netanyahu em relação à próxima fase do acordo para encerrar a guerra na Faixa de Gaza.

De acordo com as fontes ouvidas pela reportagem, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio; o enviado especial da Casa Branca, Steve Witkoff; e o conselheiro e genro de Trump, Jared Kushner, estariam profundamente frustrados com o premiê israelense. Netanyahu, por sua vez, tem um encontro marcado com o presidente republicano em Mar-a-Lago no dia 29 de dezembro.

No último sábado (13), forças israelenses mataram Raed Saad, vice-comandante da ala militar do Hamas e apontado como um dos arquitetos dos ataques de 7 de outubro. Autoridades americanas afirmaram que o governo de Israel não notificou nem consultou Washington antes da ofensiva realizada na Cidade de Gaza.

Um funcionário israelense confirmou o descontentamento da Casa Branca com o episódio, mas alegou que a mensagem enviada pelos americanos foi mais branda do que o divulgado.

"Os Estados Unidos não estão pedindo a Netanyahu que comprometa a segurança de Israel. Estamos pedindo que ele evite ações que possam ser percebidas como provocações no mundo árabe", afirmou a autoridade americana.

A mesma fonte acrescentou que Trump disse a Netanyahu, em um telefonema recente, que o líder israelense precisa ser um "parceiro melhor" na condução da situação em Gaza.