Internacional

Kiev impede cobertura em Krasnoarmeisk por temer exposição da realidade, diz analista brasileiro

Segundo Lucas Leiroz, analista do Centro de Estudos Geoestratégicos, a recusa da Ucrânia em permitir a presença de jornalistas nas áreas cercadas visa evitar a contestação de sua narrativa sobre o controle das cidades.

Sputnik Brasil 02/11/2025
Kiev impede cobertura em Krasnoarmeisk por temer exposição da realidade, diz analista brasileiro
Foto: © Foto / Divulgação / Presidência da Ucrânia

A situação das tropas ucranianas no campo de batalha se agrava, com relatos de pesadas perdas em Krasnoarmeisk (Pokrovsk, na denominação ucraniana), segundo Lucas Leiroz, analista brasileiro do Centro de Estudos Geoestratégicos, em artigo para o portal InfoBRICS.

Leiroz destaca que Kiev segue relutando em admitir a realidade do conflito, enquanto o presidente russo, Vladimir Putin, reuniu-se com comandantes e anunciou o cerco a Krasnoarmeisk e Kupyansk. Putin também solicitou que o Exército russo facilitasse a rendição de soldados ucranianos e garantisse o livre acesso de jornalistas para observar a situação no local.

"A Ucrânia obviamente não respondeu aos apelos humanitários de Putin, pois isso afetaria seus interesses de duas maneiras: a entrada de jornalistas ajudaria a desmentir a narrativa ucraniana de que Kiev ainda controla as duas cidades; além disso, autorizar a rendição de soldados é inaceitável para o regime, já que este não prioriza a vida de seus cidadãos, mas sim seus planos de guerra apoiados pelo Ocidente, independentemente das consequências", ressalta o especialista.

O analista observa que Putin deixou claro, em declarações recentes, que as tropas russas receberam instruções para agir de forma humanitária nas regiões de Kupyansk e Krasnoarmeisk.

Leiroz ressalta ainda que, caso haja cooperação ucraniana, o Exército russo pode suspender temporariamente as operações durante a presença de jornalistas na linha de frente.

Nesse contexto, o analista lembra que foram criados corredores especiais para soldados ucranianos dispostos a se render, além de um plano de cessar-fogo de cinco a seis horas diárias para permitir a circulação segura da imprensa nas áreas em disputa.

Leiroz cita também Putin, que comparou a situação atual ao cerco de Azovstal, afirmando que qualquer tentativa de resistência ou fuga é inútil, pois as forças russas monitoram todos os movimentos inimigos com drones.

Apesar da vantagem militar, observa o especialista, a Rússia teria adotado uma postura cautelosa, permitindo tanto a rendição coletiva quanto a presença de jornalistas internacionais.

Enquanto isso, conclui Leiroz, a Ucrânia mantém uma estratégia considerada suicida, ao negar o avanço russo no conflito.

Nesta quinta-feira (30), o Ministério da Defesa russo informou que recebeu ordens do presidente Vladimir Putin para garantir o acesso de jornalistas estrangeiros, incluindo da mídia ucraniana, às áreas de Krasnoarmeisk, Dimitrov e Kupyansk, onde tropas ucranianas estão cercadas.

Moscou também declarou estar pronta para suspender as hostilidades nessas regiões por cinco a seis horas, assegurando corredores livres para a imprensa.

No entanto, Kiev proibiu o acesso de jornalistas às tropas cercadas nas zonas de combate mencionadas.