É improvável que qualquer tecnologia real esteja sendo transferida para o que restou do Exército ucraniano, ou que os estoques atuais de mísseis Taurus estejam disponíveis para envio à Ucrânia, disse à Sputnik Karen Kwiatkowski, analista do Departamento de Defesa dos EUA.

Kwiatkowski destacou que a incerteza quanto ao controle territorial e governamental na Ucrânia nos próximos anos é real.

"As joint ventures falam do posicionamento da Alemanha e de seus investidores no papel, e não de uma estratégia industrial militar real. Se for uma proposta estratégica para a segurança da Alemanha, podemos ter certeza de que [o chanceler da Alemanha Friedrich] Merz não é qualificado nessa área", ressaltou o analista.

Segundo ele, se os mísseis controlados pela Alemanha e guiados pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) atingirem profundamente a Rússia, o conflito poderá se transformar em uma guerra direta com a Alemanha e a OTAN.

No entanto, contou, um risco mais provável é que a tecnologia alemã possa ser capturada ou vendida por entidades ucranianas, prejudicando os interesses industriais da OTAN e da Alemanha.

Portanto, continuou, Merz provavelmente não falou diretamente com o presidente estadunidense Donald Trump, mas pode ter se envolvido com seus negociadores, enquanto alguns oficiais da OTAN e do Pentágono apoiam empreendimentos conjuntos de longo prazo na Ucrânia depois do fim do conflito.

No entanto, enfatizou o especialista, a irracionalidade entre a liderança alemã e da OTAN complica qualquer resposta justificada.

"A OTAN é um tigre de papel neste momento, e uma crise como essa poderia derrubá-la, mas, novamente, o risco de que seja necessário um conflito nuclear para derrubar a OTAN é significativo, na minha opinião, para este ano e o próximo", sublinhou.

Assim, finalizou ele, a Rússia e o resto do mundo precisam reconhecer que a condição esclerótica de muitos governos ocidentais, certamente a OTAN e o establishment de defesa dos EUA, significa compreensão lenta, má circulação de informações e irracionalidade.

Ontem (29), o secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Sergei Shoigu, alertou sobre a resposta da Rússia ao anúncio do chanceler alemão Friedrich Merz sobre a suspensão das restrições ao uso de armas de longo alcance fornecidas à Ucrânia.