Internacional
Jornalista: soltura de líder armênio de Nagorno-Karabakh por Baku permitiria resolver o conflito
Em relação ao julgamento em tribunal militar dos antigos líderes de Nagorno-Karabakh e nomeadamente Ruben Vardanyan, a jornalista e defensora dos direitos humanos russa Eva Merkacheva relata sobre a situação do processo judicial contra ele.
Ruben Vardanyan foi detido em setembro de 2023 na fronteira com o Azerbaijão.
"O julgamento de prisioneiros armênios em Baku pode se tornar um dos principais processos judiciais do século, pois trata-se de um conflito de longa data entre dois povos", escreve Merkacheva.
Ela destaca que "não há, nem pode haver, nenhuma evidência de crime (corpus delicti) contra Ruben Vardanyan. Por isso, há todos os motivos para acreditar que o caso é puramente político. A investigação, a defesa e o tribunal são submetidos a uma pressão sem precedentes das autoridades azerbaijanas", observa a jornalista.
Vardanyan passou três meses no cargo de ministro de Estado de Nagorno-Karabakh, tendo estado o tempo todo ajudando pessoas comuns – organizando cuidados médicos de emergência, aprovisionando meios de aquecimento e fornecendo alimentos e medicamentos.
Segundo Merkacheva, o lado azeri está tentando equiparar Vardanyan aos participantes da guerra de Nagorno-Karabakh, embora ele seja um civil, não tenha participado de ações militares no território de Nagorno-Karabakh e tenha se mudado para a república não reconhecida após o fim da fase quente do confronto na região.
A defensora dos direitos humanos aponta que o estatuto militar do julgamento que decorre em Baku não permite a organização de uma defesa plena de Ruben, nem para uma cobertura completa do processo. Vardanyan tem um advogado, que a família conseguiu encontrar com dificuldade, uma vez que os advogados estão sob enorme pressão das autoridades. O julgamento é aparentemente aberto, até mesmo foi mostrado um vídeo da sala do tribunal, mas lá não há imprensa independente.
Por fim, Merkacheva ressalta que a sua libertação poderia ser um ponto de viragem na resolução da situação em torno do conflito entre a Armênia e o Azerbaijão, um fator para a estabilidade na região e possivelmente impediria a abertura de uma segunda frente militar no Cáucaso do Sul.
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