Internacional
Bangladesh investiga desaparecimentos forçados atribuídos às forças de segurança da primeira-ministra deposta
Sheikh Hasina e seis ex-membros de seu governo também são acusados de assassinato de um homem pela polícia durante manifestações ocorridas no país no mês passado
As autoridades interinas de Bangladesh abriram na quarta-feira uma investigação sobre centenas de desaparecimentos forçados atribuídos às forças de segurança durante o governo da deposta primeira-ministra Sheikh Hasina. A investigação inclui a conhecida força paramilitar Rapid Action Battalion (RAB), acusada de inúmeras violações de direitos humanos e sancionada pelos Estados Unidos por sua participação em execuções extrajudiciais e desaparecimentos forçados.
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No ano passado, a Human Rights Watch afirmou que as forças de segurança haviam cometido "mais de 600 desaparecimentos forçados" desde que Hasina assumiu o poder em 2009, e que quase 100 dessas pessoas continuam desaparecidas. Bangladesh está sendo governado por um executivo interino desde o início de agosto, após manifestações que resultaram na renúncia de Hasina. Muitos dos detidos eram rivais de Hasina, pertencentes ao Partido Nacionalista de Bangladesh e ao Jamaat e Islami, o maior partido islâmico do país.
O governo de Hasina negou as acusações, alegando que algumas das pessoas relatadas como desaparecidas se afogaram no Mediterrâneo tentando chegar à Europa. Hasina fugiu para a Índia de helicóptero em 5 de agosto, após semanas de protestos liderados por estudantes que a forçaram a renunciar.
Desaparecimentos e tortura
O comitê de cinco membros, liderado pelo juiz aposentado da alta corte Moyeenul Islam Chowdhury, também investigará outras unidades da polícia paramilitar, incluindo a Guarda de Fronteira de Bangladesh (BGB), de acordo com uma ordem do governo emitida na noite de terça-feira. O escritório da ONU para os direitos humanos afirma que tanto os paramilitares da RAB quanto as forças da BGB têm "históricos de graves violações de direitos humanos, incluindo desaparecimentos forçados, tortura e maus-tratos".
A comissão, ordenada pelo governo interino liderado por Muhammad Yunus, vencedor do Prêmio Nobel da Paz, tem 45 dias úteis para apresentar seu relatório. Sanjida Islam Tulee, coordenadora de um grupo que advoga pela libertação de pessoas detidas sob o governo de Hasina, saudou a criação da comissão. "O mais importante é que o relatório seja publicado na íntegra e que nenhuma informação seja ocultada", disse Tulee à AFP. Ela lidera o grupo chamado Mayer Daak, que significa "O chamado das mães".
Yunus recebeu este mês Tulee e outros familiares de pessoas desaparecidas. Tulee declarou que quer que a comissão ouça todas as famílias sem discriminação. Ela disse que desejam o retorno dos desaparecidos e que os responsáveis sejam levados à justiça. Mais de 600 pessoas morreram nas semanas anteriores à destituição de Hasina, segundo um relatório preliminar da equipe de direitos humanos das Nações Unidas, que sugere que o número "provavelmente seja uma subestimação".
No dia seguinte à fuga de Hasina, várias famílias se reuniram do lado de fora de um prédio da força de inteligência militar na capital, Daca, para obter notícias. Apenas um pequeno número de detidos apareceu nas listas de libertados.
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