O consumo de bebidas alcoólicas adulteradas matou oito pessoas e deixou outra centena em um quadro de intoxicação na zona rural da cidade de Rabat, capital do Marrocos, segundo o Ministério da Saúde. Dois suspeitos teriam sido identificados e presos pelo comércio do produto, informaram as autoridades locais nesta quarta-feira. Eles estariam entre as vítimas.

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Desde o início da semana, mais de 100 indivíduos deram entrada nos hospitais do povoado Sidi Allal Tazi intoxicados por metanol, e 81 deles permanecem sob supervisão médica. As mortes teriam sido causadas por "complicações graves de envenenamento", de acordo com um comunicado da direção-regional de saúde.

A polícia disse que dois suspeitos, de 21 e 41 anos, foram identificados como os responsáveis ​​pelo álcool contrabandeado e estavam entre os hospitalizados. O metanol é uma forma tóxica de álcool usada industrialmente como solvente, pesticida ou fonte alternativa de combustível, e não deve ser utilizado para o consumo humano.

Há pouco mais de um ano, cerca de sete pessoas morreram pelo mesmo motivo na cidade de Meknès, também no Marrocos. À época, dois suspeitos foram presos acusados de comercializar os produtos irregulares por lá. Ainda foram apreendidas dezenas de garrafas, em que supostamente os líquidos teriam sido armazenados, conforme noticiou o jornal português SIC Notícias. Casos como este passaram a fazer parte do cotidiano local.

Em setembro de 2022, o governo marroquino identificou outros 20 mortos e 11 internados por conta de consumo de álcool adulterado, desta vez no município de Alcácer-Quibir.

Ao menos na teoria, a lei marroquina proíbe a venda de álcool a muçulmanos, que constituem 99% da população do país, governado pelo islã. Mas, na prática, é possível encontrar as bebidas facilmente em bares, restaurantes ou até mesmo em lojas licenciadas que as vendem atrás de janelas opacas e cortinas grossas.