Oito dias após o maior atentado em duas décadas na Rússia, que deixou 144 mortos em um centro comercial nos arredores de Moscou, o porta-voz do Kremlin afirmou que o presidente Vladimir Putin sente pessoalmente a dor provocada pelo massacre, mesmo sem demonstrar isso publicamente ou participar de homenagens.

— O chefe de Estado sente pessoalmente essas tragédias, e acredite, se você não vê lágrimas em seu rosto, não significa que não sofr, isso não significa que não esteja sentindo a dor. E é improvável que alguém saiba ou entenda o que está passando com ele, incluindo eu e vocês — disse neste sábado Dmitry Peskov, em vídeo publicado no canal do jornalista Pavel Zarubin.

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Embora tenha dado declarações duras após o ataque de sexta-feira passada, inclusive implicando governos da Ucrânia e do Ocidente no atentado — mesmo após o grupo Estado Islâmico ter assumido a autoria e após Kiev negar essa versão —, Putin não esteve no Crocus City Hall, ainda que para uma rápida visita. Na quinta-feira, Peskov tentou justificar tal ausência, afirmando que a presença do líder russo no local seria “totalmente impraticável”.

— É claro que hoje em dia realizar algum tipo de visita de estudo é totalmente impraticável, porque simplesmente interferiria no trabalho do pessoal organizado no local — disse Peskov, citado pela agência Tass.

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Ao ser questionado se ele planejava se encontrar com as famílias dos mortos ou das centenas de feridos — são quase 500, segundo fontes médicas ouvidas pela agência Meduza —, Peskov foi igualmente enigmático.

— Se algum contato for necessário, iremos informá-lo em conformidade — afirmou.

De acordo com a agência RIA Novosti, representantes de cerca de 130 missões diplomáticas participaram de uma cerimônia em homenagem às vítimas no local do atentado. Havia diplomatas de países como Brasil, Estados Unidos, Alemanha e Itália, além de representantes da ONU e da União Europeia. Putin, como esperado, não estava na lista de presentes.