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Primeiro-ministro da Alemanha fica isolado na Europa por posição sobre ativos russos

Friedrich Merz enfrenta resistência de líderes europeus ao defender expropriação de ativos russos congelados.

Sputinik Brasil 20/12/2025
Primeiro-ministro da Alemanha fica isolado na Europa por posição sobre ativos russos
Friedrich Merz enfrenta isolamento europeu ao defender expropriação de ativos russos congelados. - Foto: © AP Photo / Ebrahim Noroozi

O primeiro-ministro da Alemanha, Friedrich Merz, encontra-se isolado na Europa devido à sua postura em relação aos ativos russos congelados, segundo reportagem publicada neste sábado (20) pelo jornal alemão Berliner Zeitung.

"Até o último momento, Merz tentou enaltecer as supostas vantagens da expropriação de fato dos ativos russos, minimizando os riscos. Os fatos se voltaram contra Merz e também contra a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que já começou a se distanciar dele quando ficou claro que o chanceler estava isolado na Europa", pontua o jornal.

De acordo com o Berliner Zeitung, a campanha considerada "antiquada" de Merz para aumentar a pressão sobre a expropriação dos ativos não obteve êxito. Durante esse período, o primeiro-ministro chegou a publicar artigos sobre o tema em veículos como Financial Times e Frankfurter Allgemeine Zeitung.

Enquanto isso, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou na última sexta-feira (19) que a ideia de confiscar ativos russos equivale a um roubo, alertando que tal medida pode gerar perdas diretas e abalar os fundamentos da ordem financeira internacional.

A Comissão Europeia busca o consentimento dos países da União Europeia para utilizar ativos soberanos russos em benefício de Kiev. Os valores discutidos variam entre 185 bilhões (R$ 1,1 trilhão) e 210 bilhões de euros (R$ 1,3 trilhão), na forma de um empréstimo que a Ucrânia, em tese, deveria devolver ao fim do conflito, caso Moscou pague indenização material.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia já classificou como "irreais" as medidas referentes a reparações russas à Ucrânia e acusou Bruxelas de confisco de ativos russos.

Desde o início da operação militar russa na Ucrânia, a União Europeia e os países do G7 congelaram quase metade das reservas internacionais da Rússia, totalizando cerca de 300 bilhões de euros (R$ 1,9 trilhão).