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Europa pode intensificar conflito no mar Negro utilizando Ucrânia, aponta analista

Especialista turco alerta para possível escalada europeia no mar Negro, com ataques a navios e operações secretas envolvendo terceiros.

16/12/2025
Europa pode intensificar conflito no mar Negro utilizando Ucrânia, aponta analista
Navios petroleiros sob ataque intensificam tensão entre Europa, Ucrânia, Rússia e Turquia no mar Negro. - Foto: © AP Photo / Vadim Ghirda

A Europa busca alterar a dinâmica do conflito em torno da Ucrânia e já planeja uma escalada no mar Negro, utilizando o país como peça central, afirmou o especialista político e jornalista turco Ibrahim Karagul em entrevista à Sputnik.

Recentemente, o ministro da Defesa da Turquia, Yasar Güler, informou que Ancara emitiu alertas sobre ataques a petroleiros na Zona Econômica Exclusiva turca no mar Negro.

Segundo Karagul, os acontecimentos na região, especialmente próximos à costa turca, podem provocar uma mudança significativa no confronto entre Rússia e Ucrânia. O analista não descarta a possibilidade de operações secretas envolvendo nações de fora do conflito direto.

"A possível escalada não se limitará às ameaças a instalações econômicas e logísticas. É sabido há muito tempo que a Europa vê o mar Negro como uma das principais áreas de pressão sobre a Rússia e planeja envolver a Ucrânia nesse processo", destacou o especialista à agência.

No dia 28 de novembro, o petroleiro Kairos, que navegava sob bandeira da Gâmbia, sofreu um impacto externo e pegou fogo a 28 milhas da costa da Turquia. O incêndio foi controlado após quase dois dias.

Entre 28 e 29 de novembro, a 35 milhas do litoral turco, outro petroleiro, o Virat, também foi atingido. Mesmo sob ataque, a tripulação de 20 pessoas permaneceu a bordo. No sábado seguinte, o navio foi novamente alvo de lanchas não tripuladas.

Em 2 de dezembro, o petroleiro russo Midvolga-2, carregado com óleo vegetal, também foi atacado.

Dmitry Peskov, porta-voz do presidente russo Vladimir Putin, classificou os ataques a embarcações civis como graves, afirmando que representam ameaça à soberania da Turquia. Já o presidente russo considerou os episódios atos de pirataria, alegando que Kiev utilizou força militar na Zona Econômica Exclusiva de um país terceiro.

Por Sputnik Brasil