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Ibovespa inicia semana em alta de 1,07% e se aproxima de novo recorde

Índice da B3 fecha acima dos 162 mil pontos, impulsionado pelo setor financeiro e cenário externo favorável.

15/12/2025
Ibovespa inicia semana em alta de 1,07% e se aproxima de novo recorde
- Foto: Depositphotos

O Ibovespa abriu a última semana completa do ano em alta, antes das tradicionais pausas para Natal e Réveillon, períodos que costumam reduzir a liquidez do mercado. Em sua quarta sessão consecutiva de valorização, o principal índice da B3 atingiu os 163 mil pontos na máxima desta segunda-feira (15), aproximando-se dos recordes intradia (165 mil) e de fechamento (164 mil), ambos renovados no início de dezembro.

No encerramento do pregão, o Ibovespa registrou 162.481,74 pontos, com avanço de 1,07%. Durante a sessão, oscilou entre 160.766,37 e 163.073,14 pontos, partindo da mínima do dia na abertura. O volume financeiro somou R$ 23,6 bilhões. No acumulado do ano, o índice avança 35,08%, com alta de 2,14% em dezembro.

O desempenho desta segunda foi impulsionado pelo setor financeiro, o de maior peso na composição do Ibovespa. Entre os bancos, os ganhos chegaram a 3,10% (Santander Unit). O Itaú PN, principal ação do segmento, subiu 1,51%. Entre outras blue chips, destaque para o desempenho misto da Petrobras (ON -0,18%, PN +0,35%) e para a Vale (ON +0,61%), ação de maior peso no índice. Entre as maiores altas do dia, Rede D'Or (+4,71%), ISA Energia (+4,49%) e Hapvida (+4,01%). Na ponta oposta, Assaí (-2,56%), Azzas (-2,40%) e Braskem (-2,39%).

Matthew Ryan, head de estratégia de mercado da Ebury, ressalta que a semana traz dados importantes dos Estados Unidos, ainda divulgados com atraso devido à recente paralisação dos serviços federais (shutdown) entre outubro e parte de novembro. Entre os destaques, está o relatório oficial sobre o mercado de trabalho norte-americano de novembro, que será divulgado nesta terça-feira — normalmente, o payroll sai às sextas. Segundo Ryan, a divulgação ganha relevância diante do momento "divergente" das políticas monetárias dos principais bancos centrais do mundo.

"Enquanto o Federal Reserve continua a cortar as taxas, espera-se que o Banco do Japão aumente os juros na sexta-feira. Já o Banco Central Europeu deve manter as taxas na quinta-feira, enquanto o Banco da Inglaterra deve cortá-las no mesmo dia", projeta Ryan.

Para Rachel de Sá, estrategista de investimentos da XP, houve uma mudança de foco do mercado internacional na última semana, passando de uma perspectiva mais macro, motivada pelos sinais 'dovish' do Federal Reserve, para preocupações micro, especialmente com o setor de inteligência artificial. O receio é que os grandes investimentos exigidos por empresas de tecnologia alimentem a percepção de uma possível bolha nesses ativos.

No cenário doméstico, o Boletim Focus segue trazendo sucessivas quedas nas projeções de inflação, reforçando a expectativa de Selic mais baixa no primeiro trimestre de 2026, aponta Rubens Cittadin Neto, especialista em renda variável da Manchester Investimentos. "A expectativa para a inflação deste ano recuou pela quinta semana consecutiva, passando de 4,40% para 4,36%, abaixo do teto da meta. Para 2026, a estimativa caiu para 4,10%", afirma Andressa Bergamo, sócia-fundadora da AVG Capital.

Os cortes de juros nos Estados Unidos também estimulam o apetite por ações no Brasil, acrescenta Cittadin, referindo-se ao carry trade, que favorece o fluxo externo para a Bolsa devido ao diferencial crescente entre os juros brasileiros e norte-americanos.

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