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Trump anuncia que vai declarar fentanil como 'arma de destruição em massa'

Ordem executiva pretende elevar o nível de ameaça do opioide, que já matou mais de 100 mil pessoas por ano nos EUA.

Sputinik Brasil 15/12/2025
Trump anuncia que vai declarar fentanil como 'arma de destruição em massa'
Donald Trump anuncia medida para classificar o fentanil como arma de destruição em massa nos EUA. - Foto: © telegram SputnikBrasil / Acessar o banco de imagens

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que assinará uma ordem executiva para classificar o fentanil, potente opioide sintético, como uma 'arma de destruição em massa'. Segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), a substância é responsável por mais de 100 mil mortes anuais no país.

"Nenhuma bomba faz o que isso faz. Entre 200 mil e 300 mil pessoas morrem todos os anos. É preciso saber disso!", declarou Trump em coletiva de imprensa na Casa Branca.

A medida é anunciada em meio à justificativa do governo dos EUA para recentes ataques a navios venezuelanos, alegando que o uso do fentanil se enquadra como arma química, conforme reportou o jornal The Wall Street Journal. No entanto, especialistas apontam que não há evidências de produção da droga na Venezuela.

Há mais de uma década, a Venezuela enfrenta sanções unilaterais impostas pelos Estados Unidos, que já atravessaram três governos e agravaram a crise humanitária no país, especialmente durante a pandemia, quando a inflação atingiu 130.000% ao ano.

Apesar das restrições, a Venezuela demonstra resiliência: a inflação caiu para 4% no fim do ano passado e o crescimento econômico foi de 6,2% em 2024, segundo estimativa da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), o maior índice da América do Sul.

A retórica de guerra às drogas adotada por Trump nos últimos meses tem sido usada para justificar ações militares contra embarcações, resultando na morte de mais de 80 pessoas. Na semana passada, autoridades dos EUA apreenderam um grande petroleiro próximo à costa venezuelana.

O navio, que teria Cuba como destino, foi interceptado em operação conjunta do FBI, Serviço de Investigação de Segurança Interna, Guarda Costeira dos EUA e Departamento de Defesa.