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Diretor do Fed alerta para risco de desemprego com política monetária restritiva

Stephen Miran defende flexibilização mais rápida dos juros nos EUA e aponta estabilidade dos preços, apesar de inflação elevada na habitação.

15/12/2025
Diretor do Fed alerta para risco de desemprego com política monetária restritiva
Imagem ilustrativa gerada por inteligência artificial - Foto: Nano Banana (Google Imagen)

O diretor do Federal Reserve (Fed), Stephen Miran, afirmou nesta segunda-feira, 15, que manter a política monetária "desnecessariamente restritiva" pode resultar na perda de empregos nos Estados Unidos. O discurso foi feito durante evento na Universidade de Columbia sobre perspectivas para a inflação.

Miran, que votou por uma redução de 50 pontos-base na reunião de dezembro do Fed, destacou que os preços estão estáveis e que a política monetária deve refletir esse cenário. "Houve um grande surto de inflação que resultou em aumento de preços após a pandemia. Embora as famílias americanas ainda estejam, com razão, angustiadas com essa experiência e insatisfeitas com a acessibilidade à moradia, os preços agora estão novamente estáveis, ainda que em patamares mais altos", afirmou.

O diretor sugeriu que um ritmo mais acelerado de flexibilização das políticas monetárias aproximaria o banco central norte-americano de uma posição neutra de forma adequada.

Sobre a inflação, Miran avaliou que os atuais índices elevados no setor imobiliário refletem desequilíbrios anteriores entre oferta e demanda. Ele prevê uma queda mais acentuada da inflação PCE nesse segmento e pondera que, excluindo esses números e considerando outros fatores do mercado, a inflação subjacente ficaria abaixo de 2,3%, dentro da "margem de erro da meta".

Miran também ressaltou que as evidências de que a política tarifária coincide com o aumento dos preços dos bens essenciais "são contraditórias". "Se as tarifas fossem o principal fator da inflação recente, seria de se esperar que os bens essenciais com alta demanda por importações apresentassem uma inflação substancialmente maior", argumentou, acrescentando que há motivos para otimismo em relação aos preços de bens.