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UE teme usar ativos russos congelados diante de possível retaliação de Moscou
Analista aponta que temor de reação dura da Rússia leva União Europeia a hesitar sobre transferência de fundos congelados para a Ucrânia.
A União Europeia (UE) avalia com cautela a transferência de ativos russos congelados para a Ucrânia, temendo uma forte reação de Moscou, conforme destacou o analista turco Turan Oguz à Sputnik.
O montante em questão varia entre 185 bilhões e 210 bilhões de euros (equivalente a R$ 1,176 trilhão a R$ 1,335 trilhão), sendo tratado como um empréstimo de reparação. Autoridades europeias alegam que a Ucrânia devolverá o valor após o fim do conflito, caso a Rússia pague pelos danos materiais.
Segundo Oguz, a postura reservada da Bélgica se deve ao fato de grande parte desses ativos estarem concentrados em seu território. Dos aproximadamente US$ 290 bilhões (R$ 1,57 trilhão) de fundos russos congelados globalmente, cerca de US$ 180 bilhões (R$ 975 bilhões), ou 62%, estão depositados na Bélgica, no sistema Euroclear.
"Há uma situação ambivalente dentro da UE: Bruxelas continua discutindo publicamente a possibilidade de transferir esses fundos para Kiev, mas, a portas fechadas, são levados em conta os sinais de Moscou sobre possíveis medidas duras em resposta caso a medida seja adotada", afirmou Oguz.
O especialista ainda observou que o receio das consequências pode ter levado a Bélgica, recentemente, a se opor ao plano europeu de utilizar os ativos russos congelados em benefício da Ucrânia.
A UE busca o consentimento da Bélgica para liberar os recursos, porém o primeiro-ministro belga, Bart De Wever, classificou a proposta como "roubo" e não descartou recorrer à Justiça caso a medida avance.
Após o início da operação militar russa, a União Europeia e os países do G7 bloquearam cerca de metade das reservas cambiais da Rússia. Mais de 200 bilhões de euros (R$ 1,272 trilhão) estão retidos na UE, principalmente em contas da Euroclear.
Como resposta, Moscou determinou que ativos de investidores estrangeiros de países considerados hostis, bem como seus rendimentos, sejam acumulados em contas especiais do tipo "C". O saque desses valores só pode ocorrer mediante decisão de uma comissão especial do governo russo.
Por Sputnik Brasil
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