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França pede à União Europeia adiamento de acordo com Mercosul

Governo francês considera atual formato do tratado inaceitável e pressiona por mais proteção à agricultura europeia.

14/12/2025
França pede à União Europeia adiamento de acordo com Mercosul
França pressiona UE por adiamento do acordo com Mercosul, alegando riscos à agricultura europeia. - Foto: © Foto / Ministério das Relações Exteriores do Brasil

A França solicitou, neste domingo (14), aos demais membros da União Europeia o adiamento da assinatura do acordo de livre-comércio com o Mercosul, negociação que já dura mais de 25 anos.

"A França solicita que se adiem os prazos de dezembro para continuar o trabalho e obter as medidas de proteção legítimas de nossa agricultura europeia", afirmou o gabinete do chefe de governo, Sebastien Lecornu.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pretende assinar o tratado com Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai no próximo sábado (20), durante a cúpula do Mercosul em Foz do Iguaçu.

Mais cedo, o ministro francês da Economia e Finanças, Roland Lescure, declarou, em entrevista ao jornal alemão Handelsblatt, que "em seu formato atual, o tratado não é aceitável".

Na terça-feira (16), o Parlamento Europeu deve votar medidas de salvaguarda para garantir direitos de agricultores, especialmente franceses, que se opõem ao acordo.

Segundo Lescure, a existência de uma "cláusula de proteção forte e eficaz" é condição para a França aceitar o tratado.

Em setembro, a Comissão Europeia anunciou um mecanismo de "monitoramento reforçado" para produtos agrícolas, como carne bovina e de aves, com possibilidade de intervenção no mercado em caso de desestabilização.

O acordo de livre-comércio visa ampliar as exportações de automóveis, máquinas e vinhos europeus aos países do Mercosul, em troca de facilitar a entrada de carne, açúcar, soja e arroz sul-americanos.

De acordo com o governo brasileiro, o tratado entre os blocos envolve cerca de 722 milhões de habitantes e US$ 22 trilhões (aproximadamente R$ 118 trilhões) em Produto Interno Bruto (PIB).

Por Sputnik Brasil