A Lipigás informou, neste domingo (14), que uma mensagem recebida por alguns usuários do aplicativo LipiApp não foi enviada pela empresa, mas sim resultado de um acesso não autorizado ao sistema de notificações da plataforma.

Mais cedo, a porta-voz do governo chileno, Camila Vallejo, classificou o episódio, ocorrido no dia das eleições, como "incomum". Usuários do aplicativo relataram o recebimento de mensagens de campanha a favor do candidato da extrema-direita José Antonio Kast.

O incidente ganhou repercussão após a candidata Jeannette Jara comunicar o caso ao Serviço Eleitoral (Servel).

"Obviamente, trata-se de um assunto sério; não é simplesmente um pombo mal posicionado em uma via pública. Envolve o uso indevido de dados pessoais e algo que, obviamente, precisa ser investigado em primeiro lugar pelo Servel e também pela empresa, que declarou publicamente ter sido alvo de um ataque cibernético", afirmou Camila Vallejo, ministra Secretária-Geral do Governo.

Vallejo enfatizou que "esta não é uma simples violação da lei eleitoral" e destacou que fazer campanha no dia da eleição já é grave, mas o uso de dados pessoais para divulgar propaganda fora do prazo "agrava ainda mais a situação".

"Cabe à empresa iniciar as ações legais cabíveis; não sei se será com base na lei de proteção de dados pessoais ou em outra legislação, mas é a empresa que deve agir independentemente do que a Servel fizer", acrescentou a porta-voz, ressaltando não se lembrar de precedentes semelhantes.

A Lipigás registrou uma queixa junto à Procuradoria Regional da Região Metropolitana Leste neste domingo (14), dando início a uma ação judicial sobre o incidente.

No comunicado à imprensa, a companhia reiterou sua versão dos fatos e atribuiu o envio da mensagem a um "acesso não autorizado".