O prejuízo para bares, restaurantes e hotéis devido ao blecaute iniciado em São Paulo na terça-feira pode alcançar R$ 100 milhões, segundo a Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp). Aproximadamente 5 mil estabelecimentos foram impactados, incluindo locais na capital, no ABC Paulista, em Osasco, Itapecerica da Serra e em municípios do interior. As perdas abrangem alimentos, equipamentos e clientes.

Para Edson Pinto, diretor-executivo da Fhoresp, a Enel, responsável pela distribuição de energia, falha ao não atender situações de urgência, sendo o episódio considerado recorrente. A entidade representa cerca de 500 mil estabelecimentos no estado e mais de 20 sindicatos patronais.

"Muitos, ainda no escuro, perderam produtos estocados e, para piorar, clientes – o que ocasiona, ainda, falta de faturamento, colocando em risco, inclusive, os empregos de quem trabalha no setor", afirma a Fhoresp em nota.

Segundo a federação, a demora no restabelecimento do fornecimento de energia, que afetou mais de 2 milhões de endereços, evidencia um problema antigo envolvendo a atuação da Enel, empresa italiana responsável pela concessão do serviço em São Paulo e outras 24 cidades da região metropolitana.

"Este já é o sétimo apagão em menos de dois anos. Os setores de Alimentação Fora do Lar e de Hospedagem ficam reféns", acrescenta a entidade.

O diretor da Fhoresp ressalta que dezembro é um dos meses de maior movimento para restaurantes, bares e hotéis, período em que o setor se prepara para alta demanda. "Estamos próximos de um fim de semana que deveria ser de alta lucratividade para muitos estabelecimentos. Mas, para milhares deles, serão dias de portas fechadas", lamenta.

Para as empresas afetadas, a orientação da Fhoresp é reunir o máximo de elementos e provas dos prejuízos sofridos, a fim de ajuizar ações de ressarcimento pelos dias de não funcionamento e consequente perda de faturamento.