O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, rebateu publicamente as declarações do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que sugeriu que o país deveria lidar melhor com o tráfico de drogas.

Segundo o jornal O Globo, durante uma reunião de gabinete transmitida pela televisão, Petro classificou como desinformação as falas de Trump, que chegou a chamá-lo de "chefe do narcotráfico". Para o líder colombiano, as declarações são inaceitáveis.

"Essa terrível desinformação [...] o leva a frases e ações que não podem ser dirigidas a um presidente democraticamente eleito", afirmou Petro.

O presidente destacou que, sob sua gestão, já foram realizadas mais de 1.400 operações terrestres contra grupos criminosos, além da apreensão de 2.700 toneladas de cocaína e 13 ataques aéreos contra chefes de organizações ilegais.

"Mais do que esperar um convite para ir a Washington, convido Trump a vir à Colômbia para ver como destruímos nove laboratórios por dia e como apreendemos dezenas de toneladas", declarou Petro.

A resposta do presidente colombiano veio após Trump acusar a Colômbia de produzir grandes quantidades de drogas e afirmar que Petro enfrentaria "grandes problemas" se não se organizasse. Trump o chamou de "chefe do narcotráfico" sem apresentar provas.

Além disso, o governo norte-americano retirou a certificação da Colômbia como aliada no combate às drogas e aplicou sanções contra Petro e seus colaboradores.

Washington ainda afirmou que uma ofensiva terrestre contra os chamados "narcoterroristas" não está descartada, podendo incluir ataques ao território colombiano.

Petro tem criticado de forma recorrente as operações militares dos EUA no Caribe e no Pacífico, iniciadas em setembro contra embarcações suspeitas de tráfico, que resultaram em mais de 80 mortes. O presidente colombiano classifica esses episódios como "execuções extrajudiciais".

Por Sputnik Brasil