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Nobel: María Corina Machado defende luta pela liberdade e democracia em discurso lido por filha
Oposição venezuelana denuncia crimes de Estado e destaca importância da resistência democrática durante cerimônia do Nobel da Paz em Oslo.
Ana Corina Sosa Machado, filha da líder da oposição venezuelana María Corina Machado, leu um discurso em nome da mãe durante a cerimônia de entrega do Prêmio Nobel da Paz, realizada em Oslo na manhã desta quarta-feira, 10. No texto, ela denunciou o "terrorismo de Estado" praticado pelo governo do ditador Nicolás Maduro e afirmou que é necessário "lutar pela liberdade".
Fazendo referência a sequestros, torturas e perseguições sofridas por membros da oposição, María Corina Machado denunciou os "crimes contra a humanidade, documentados pelas Nações Unidas", além de um "terrorismo de Estado usado para sufocar a vontade do povo".
"Se queremos democracia, precisamos estar dispostos a lutar pela liberdade", destacou. Ana Corina Sosa Machado recebeu o prêmio em nome da mãe, que não conseguiu chegar a Oslo a tempo para a cerimônia.
Paradeiro incerto
María Corina Machado permanece escondida na Venezuela e fez sua última aparição pública há 11 meses. Por esse motivo, não pôde receber pessoalmente o Nobel da Paz. A cerimônia contou ainda com a presença da mãe de María Corina e do candidato opositor Edmundo González.
Antes do início do evento, o Instituto Nobel da Noruega divulgou o áudio de uma ligação em que Machado afirma estar indo para a Noruega, embora não tenha comparecido à cerimônia. "Estarei em Oslo. Estou a caminho neste momento", declarou.
Ela não é a primeira laureada a não comparecer à cerimônia: cinco vencedores do Nobel já estavam detidos ou presos na época da premiação. O caso mais recente é o da ativista iraniana Narges Mohammadi, vencedora de 2023, que se opôs ao uso obrigatório do hijab e à pena de morte, e estava detida na prisão de Evin, em Teerã, durante a premiação.
María Corina Machado não é vista em público desde 9 de janeiro, quando foi detida após participar de um protesto em Caracas, capital da Venezuela.
Caminho até o Nobel da Paz
María Corina foi anunciada vencedora do Nobel da Paz em 10 de outubro. O prêmio foi concedido a ela "por seu trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos para o povo da Venezuela e por sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia".
Ela venceu as primárias da oposição e pretendia desafiar o presidente Nicolás Maduro nas eleições presidenciais do ano passado, mas foi impedida de concorrer pelo governo. O diplomata aposentado Edmundo González assumiu seu lugar na disputa presidencial.
O período que antecedeu as eleições de 28 de julho de 2024 foi marcado por repressão generalizada, incluindo desqualificações, prisões e violações dos direitos humanos. A situação se agravou após o Conselho Nacional Eleitoral venezuelano, dominado por aliados de Maduro, declarar o atual presidente vencedor.
Após a reeleição de Maduro, Edmundo González buscou asilo na Espanha, depois que um tribunal venezuelano emitiu um mandado de prisão contra ele. (Com agências internacionais)
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