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Camboja e Tailândia precisam de mediador forte para resolver impasse, aponta analista
Especialista avalia que cessar-fogo é possível, mas solução definitiva depende de mediação internacional robusta.
As profundas contradições e a ausência de um mediador forte entre Camboja e Tailândia dificultam uma solução de longo prazo para o conflito de fronteira, avaliou Aleksandr Korolev, especialista do Clube Valdai de Discussões Internacionais, em entrevista à Sputnik.
Korolev acredita que um cessar-fogo entre Camboja e Tailândia pode ser alcançado rapidamente, mas a resolução definitiva do conflito é uma tarefa complexa devido às divergências profundas entre os países.
"O resultado mais provável dos eventos é um cessar-fogo rápido, e não necessariamente por meio de mediação, mas simplesmente porque os países deixarão de agir. No entanto, em breve esse problema [dos territórios fronteiriços] pode se reacender", afirmou o analista.
Segundo o especialista, o atual confronto militar não deve ser o último, pois as divergências entre os países são sérias e não podem ser sanadas em curto prazo. Além disso, o acordo de paz firmado durante a cúpula da ASEAN, no fim de outubro, carece de força legal adequada.
"Este não é um tratado de paz completo, mas um memorando de entendimento sobre o cessar-fogo. O acordo não estabelece mecanismos e obrigações para a demarcação e delimitação das fronteiras, principal entrave à normalização das relações e à solução do conflito militar", destacou Korolev.
O especialista avalia que a conclusão de um tratado de paz verdadeiro é improvável, devido ao alto nível de desconfiança política e à falta de um mediador internacional robusto.
Na análise de Korolev, o papel de mediador poderia ser desempenhado pelos Estados Unidos ou pela China, que já tentaram intervir e promoveram negociações entre as partes.
No entanto, a iniciativa do presidente norte-americano, Donald Trump, não teve êxito. O analista observa que Trump busca promover sua imagem de pacificador, mas não demonstra real interesse em resolver o impasse.
"É improvável que os Estados Unidos, especialmente Trump, tenham verdadeira vontade de influenciar as partes e resolver o conflito", afirmou Korolev.
A escalada das hostilidades nas áreas fronteiriças ocorreu no fim de semana, com trocas de acusações de violação da trégua. A Tailândia realizou um ataque aéreo contra instalações militares cambojanas.
O primeiro-ministro tailandês, Anutin Charnvirakul, declarou estar disposto a tomar todas as medidas necessárias para garantir a segurança e a soberania do país.
Por outro lado, o Ministério da Defesa Nacional do Camboja pediu à comunidade internacional que condene a "violação do acordo de paz" pela Tailândia. O acordo, assinado em 26 de outubro em Kuala Lumpur, na presença de líderes dos Estados Unidos e da Malásia, buscava desescalar o conflito fronteiriço.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, admitiu nesta quarta-feira (10) que o conflito entre Tailândia e Camboja, que ele havia contribuído para interromper, voltou a se intensificar e prometeu buscar uma nova solução.
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