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Correios suspendem vale-natal de R$ 2,5 mil a funcionários e aguardam decisão da Fazenda

Em meio a prejuízo bilionário, estatal cancela benefício natalino e busca aval do Tesouro para empréstimo de R$ 20 bilhões.

05/12/2025
Correios suspendem vale-natal de R$ 2,5 mil a funcionários e aguardam decisão da Fazenda
- Foto: Reprodução / Agência Brasil

Em meio a uma grave crise financeira, os Correios decidiram não renovar, neste ano, o benefício de vale-natal de R$ 2,5 mil destinado aos funcionários. O valor havia sido concedido em 2024, após Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), mas a decisão de cancelamento foi comunicada aos colaboradores na noite de quarta-feira.

O vale-natal fazia parte do ACT firmado entre a empresa e os trabalhadores, sendo renovado anualmente enquanto a atual direção negociava novos termos. No entanto, diante da necessidade de cortes de custos, o benefício foi suspenso. A informação foi divulgada pela Folha de S. Paulo e confirmada pelo Estadão.

Paralelamente, a estatal aguarda a avaliação do Tesouro Nacional sobre seu plano de recuperação, etapa fundamental para retomar negociações com os bancos visando um empréstimo de cerca de R$ 20 bilhões. A expectativa era de uma definição ainda nesta semana, mas o desfecho deve ficar para a próxima.

Na terça-feira, o Tesouro informou que não dará aval ao empréstimo caso as taxas de juros superem 120% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI). A proposta dos bancos, apurou o Estadão, foi de 136% do CDI, levando à recusa e ao início de uma nova rodada de negociações.

A equipe econômica do governo estuda alternativas para oferecer um alívio financeiro de curto prazo à companhia, evitando que os Correios negociem sob pressão. No entanto, o formato dessa ajuda ainda está em análise.

Nesta quinta-feira, 4, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que qualquer aporte do Tesouro será feito dentro das regras fiscais.

Rombo bilionário

Os Correios buscam a liberação do empréstimo para enfrentar uma crise sem precedentes. Entre janeiro e setembro deste ano, a estatal acumulou prejuízo de R$ 6,05 bilhões, reflexo da queda nas receitas e do aumento das despesas.

Com o empréstimo, a empresa pretende quitar uma dívida de R$ 1,8 bilhão, financiar um programa de desligamento voluntário (PDV) e investir na recuperação de mercado e em novas fontes de receita.

A estatal também precisa regularizar pendências com fornecedores, medida considerada essencial pela gestão para recuperar a performance no setor de entregas, a confiança dos clientes e o crescimento das receitas.