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Universidade concede diploma a estudante de medicina morto por policial militar

Marco Aurélio Cardenas Acosta, morto em novembro de 2024, foi homenageado durante colação de grau em São Paulo.

05/12/2025
Universidade concede diploma a estudante de medicina morto por policial militar
- Foto: Reprodução

A Universidade Anhembi-Morumbi concedeu um diploma póstumo ao estudante de Medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta, morto por um policial militar em novembro de 2024.

A homenagem ocorreu durante a colação de grau da turma de Marco Aurélio, na sexta-feira, 28 de novembro, no edifício Bunkyo, no centro de São Paulo. Os pais do estudante, Julio Cesar Acosta Navarro e Silvia Cárdenas Prado, ambos médicos, receberam o diploma em nome do filho, sendo aplaudidos pelos presentes.

O caso

Marco Aurélio, de 22 anos, foi morto pelo policial Guilherme Augusto Macedo. O jovem foi atingido na barriga na madrugada de 20 de novembro de 2024, na porta de um hotel em Vila Mariana, zona sul da capital paulista.

Macedo e outro policial, Bruno Carvalho do Prado, faziam ronda de rotina quando Acosta passou caminhando sem camisa e bateu no retrovisor da viatura. Os policiais perseguiram o estudante, que tentou entrar no hotel onde estava hospedado com uma mulher. Com a porta fechada naquele momento, Marco Aurélio, desarmado, foi encurralado. Macedo atirou à queima-roupa, causando sua morte.

Imagens das câmeras corporais mostram o universitário repetindo: "Tira a mão de mim! Tira a mão de mim!" aos policiais, conforme relatório do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Segundo o delegado Gabriel Tadeu Brienza Vieira, do DHPP, o uso da arma "não se mostrou legítimo", pois a vítima estava desarmada e não representava risco à equipe ou a terceiros.

O Ministério Público indiciou Macedo e Prado por homicídio doloso (intencional). Recentemente, a juíza Luciana Menezes Scorza, da 4ª Vara Criminal do Júri da capital, negou o pedido de prisão preventiva para Macedo, mas aceitou a denúncia do MP, determinando que o policial cumpra medidas cautelares.

Macedo está proibido de manter contato com familiares da vítima, deve se apresentar mensalmente à Justiça, manter endereço atualizado, não se ausentar por mais de oito dias da comarca e não pode frequentar bares e festas.

De acordo com a juíza, a investigação "não evidencia periculosidade social do denunciado nem risco por seu atual estado de liberdade, a ensejar medida extrema neste momento processual". O policial foi designado para funções administrativas e está sob supervisão do comando, o que, segundo a magistrada, garante a ordem pública e afasta a possibilidade de reiteração criminosa.

O advogado dos policiais, João Carlos Campanini, afirmou ao Estadão que irá demonstrar à Justiça que Macedo e Prado atuaram dentro da legalidade. Enquanto aguardam a conclusão do processo, ambos seguem exercendo funções na Polícia Militar.