Geral
Senado resiste à indicação de Jorge Messias ao STF, apesar de apoio evangélico
Comitiva de pastores deve pressionar parlamentares, mas clima no Senado permanece desfavorável para Messias, indicado de Lula ao Supremo
Aliados evangélicos do ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, indicado por Lula ao Supremo Tribunal Federal (STF), articulam levar uma comitiva de pastores ao Senado para pressionar parlamentares durante a votação de sua indicação. A estratégia busca reduzir resistências políticas e demonstrar o peso do eleitorado evangélico, diante da sinalização do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, de barrar a escolha.
Segundo apuração da Folha de S.Paulo, a mobilização pretende mostrar que uma eventual rejeição pode gerar impacto negativo entre os eleitores evangélicos, que representam 26,9% da população brasileira — um grupo relevante para políticos em disputas majoritárias e considerado crítico ao governo Lula.
Messias enfrenta forte resistência no Senado e corre risco de não ser aprovado, em meio ao clima tenso entre o Congresso e o Planalto. O apoio religioso é visto como uma tentativa de ampliar sua base de sustentação.
Em outubro, Lula recebeu líderes da Assembleia de Deus Ministério de Madureira no Palácio do Planalto, em reunião da qual Messias participou e orou com os presentes. A indicação ao STF, anunciada em 20 de novembro, contrariou Alcolumbre e parte dos senadores, que preferiam o nome de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a vaga.
Alcolumbre tem sinalizado disposição para barrar a indicação, exigindo que Messias conquiste ao menos 41 votos favoráveis entre os 81 senadores. Desde o anúncio, o indicado intensificou sua campanha, ligando e visitando parlamentares e destacando sua identidade religiosa como "um evangélico temente a Deus" — discurso que busca atrair o apoio da bancada evangélica, tradicionalmente opositora ao governo.
Messias também reforça essa imagem em público: no Dia do Evangélico, publicou mensagem bíblica nas redes sociais defendendo harmonia e pacificação. Apesar disso, senadores avaliam que a escolha de Messias em detrimento de Pacheco reduz suas chances de aprovação, tornando sua situação delicada.
A votação está marcada para 10 de dezembro, após sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Alcolumbre designou como relator o senador Weverton Rocha (PDT-MA), aliado de Lula, o que foi interpretado como sinal positivo, já que poderia ter escolhido alguém da oposição para dificultar o processo.
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