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Ibovespa inicia dezembro em baixa, mas acumula alta de 32% no ano

Índice fecha em queda de 0,29% nesta segunda-feira, mas segue próximo do melhor desempenho anual desde 2016

01/12/2025
Ibovespa inicia dezembro em baixa, mas acumula alta de 32% no ano
- Foto: Depositphotos

Após encerrar novembro em máximas históricas, repetindo o desempenho de outubro, o Ibovespa iniciou dezembro com um ganho acumulado de quase 32% no ano, caminhando para registrar seu melhor resultado anual desde 2016, quando avançou 38,94%. Nesta segunda-feira, 1º de dezembro, o principal índice da B3 oscilou entre 158.029,48 e 159.223,92 pontos, partindo de uma abertura em 159.073,46 pontos. Ao final do pregão, fechou aos 158.611,01 pontos, recuando 0,29%, com volume financeiro de R$ 22,0 bilhões. No acumulado do ano, o Ibovespa já sobe 31,86%.

O desempenho negativo do setor financeiro, que tem maior peso no índice, superou o avanço das principais ações de commodities, como Vale (ON +0,77%) e Petrobras (ON +0,63%, PN +0,19%), impulsionadas nesta sessão pela alta do minério de ferro na China e do petróleo, que subiu mais de 1% em Londres e Nova York. Entre as maiores altas do dia estiveram Eneva (+3,42%), WEG (+2,10%) e BB Seguridade (+1,47%). No lado oposto, os destaques negativos foram MBRF (-5,02%), C&A (-4,28%) e CVC (-3,72%). Entre os bancos, as perdas variaram de 0,61% (BTG Unit) a 1,53% (Bradesco PN, que fechou na mínima do dia).

Segundo Matthew Ryan, head de estratégia de mercado da Ebury, "o calendário econômico dos EUA permanece em segundo plano para os mercados, já que a maioria dos indicadores ainda está bastante defasada após o prolongado shutdown do governo federal entre outubro e novembro, que represou a divulgação dos dados. No entanto, o relatório de inflação PCE, ainda de setembro, previsto para quinta-feira, se destaca na agenda da semana como potencial catalisador de mercado".

No cenário doméstico, o destaque da semana é a divulgação do PIB, que, segundo a One Investimentos, "deve apresentar um número sólido, embora com sinais de desaceleração em alguns setores — movimento semelhante ao observado nas últimas leituras do IBC-Br, especialmente no agronegócio".

Nicolas Merola, analista da EQI Research, destaca que, nesta abertura de semana, a divulgação de diversos índices de atividade PMI trouxe, em geral, leituras mais baixas, refletindo os efeitos acumulados das políticas monetárias que só recentemente começaram a ser flexibilizadas, especialmente nos países mais desenvolvidos.

"Foi um dia mais tranquilo, em que o Ibovespa refletiu os sinais opostos entre os setores de commodities e financeiro, num ajuste saudável que, basicamente, alternou o que se viu na semana passada entre os dois segmentos", acrescenta Merola.

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