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Dólar avança com cautela fiscal e demanda sazonal no fim de ano

Moeda americana sobe em meio a tensões políticas, pautas fiscais no Congresso e aumento de remessas ao exterior; IPCA-15 e dados de crédito também influenciam o cenário

26/11/2025
Dólar avança com cautela fiscal e demanda sazonal no fim de ano
- Foto: Reprodução / Agência Brasil

O dólar opera em alta no mercado à vista, impulsionado pela cautela fiscal diante de ruídos políticos e pautas de grande impacto em discussão no Congresso Nacional. O movimento de valorização da moeda americana também é reforçado por uma demanda sazonal mais intensa de fim de ano para remessas ao exterior, o que limita o desempenho do real frente a outras moedas emergentes, mesmo em um ambiente global de maior apetite ao risco e expectativas de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) em dezembro.

O IPCA-15 registrou alta de 0,20% em novembro, superando a mediana das projeções do mercado, que era de 0,18%. No mês anterior, o índice havia subido 0,18%.

No cenário político, quatro projetos em tramitação no Congresso, motivados pelo desgaste entre o governo e os presidentes da Câmara e do Senado, podem avançar e gerar impacto fiscal superior a R$ 100 bilhões entre 2026 e 2027, elevando o risco para as contas públicas.

No exterior, o destaque fica para a libra esterlina, que recua frente ao dólar, com investidores atentos ao anúncio do orçamento de Outono do Reino Unido.

Na agenda doméstica, as concessões de crédito livre diminuíram 0,1% em outubro, totalizando R$ 609,4 bilhões. Para pessoas físicas, houve crescimento de 4,7%, enquanto para empresas, o recuo foi de 5,6%. No acumulado de 12 meses, o crédito total aumentou 10%.

O Índice de Confiança da Indústria (ICI), calculado pela FGV, caiu 0,7 ponto em novembro em relação a outubro, atingindo 89,1 pontos. Na média móvel trimestral, o indicador recuou 0,4 ponto, chegando a 89,8 pontos, no oitavo resultado negativo do ano.

O Comitê de Estabilidade Financeira (Comef) do Banco Central avaliou, em ata divulgada nesta quarta-feira, que a política macroprudencial neutra permanece adequada ao contexto atual. Na semana passada, o colegiado manteve o Adicional Contracíclico de Capital Principal do Brasil em 0%.

O Ministério de Minas e Energia (MME) classificou como prioritário o projeto de expansão da rede de gás canalizado da Gasmig, permitindo à empresa emitir debêntures para financiar as obras e ampliar a infraestrutura em Minas Gerais.

O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou à GloboNews que é necessário reduzir a judicialização dos precatórios. Segundo ele, é preciso uma atuação conjunta entre Congresso, Executivo e Judiciário para enfrentar esse desafio.