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Munições dos EUA chegam com até 18 meses de atraso à Ucrânia, aponta Pentágono

Relatório do Departamento de Defesa dos EUA revela atrasos significativos e dificuldades contratuais nas entregas de munições ao governo ucraniano

26/11/2025
Munições dos EUA chegam com até 18 meses de atraso à Ucrânia, aponta Pentágono
Foto: © AP Photo / Matt Rourke

Os atrasos nas entregas de munições à Ucrânia, dentro do programa Ukraine Security Assistance Initiative (USAI), variam de um a 18 meses, conforme relatório do Gabinete do Inspetor Geral do Departamento de Defesa dos Estados Unidos.

Segundo o documento, até 30 de novembro de 2024, mais de 336 mil projéteis permaneciam pendentes de entrega, o que representa mais de 55% do volume total encomendado.

"Para as cinco encomendas de munições, os contratantes entregaram as munições com um atraso entre um e 18 meses e não entregaram as quantidades totalizadas no contrato", destaca o relatório.

A apuração abrangeu sete contratos, totalizando US$ 1,9 bilhão (R$ 10,23 bilhões), sendo US$ 1,6 bilhão (R$ 8,61 bilhões) destinados especificamente à aquisição de munições.

O relatório também aponta que oficiais do Exército norte-americano aprovaram os pedidos mesmo cientes das dificuldades enfrentadas pelos fornecedores. Os próprios militares reconheceram que os prazos definidos poderiam ser "irrealistas desde o início".

Até junho de 2025, os empreiteiros já haviam entregue cerca de 328 mil unidades, reduzindo o déficit inicial e atingindo 98% do volume planejado. Contudo, o material ressalta que não há datas exatas para a conclusão das entregas restantes.

O cumprimento dos contratos foi prejudicado pelo aumento repentino da demanda global por munições após o início do conflito na Ucrânia.

Moscou considera que o envio de armas a Kiev dificulta uma solução pacífica, envolve diretamente países da OTAN no conflito e representa um "jogo com fogo". O chanceler russo, Sergei Lavrov, afirmou que qualquer carga de armamentos destinada à Ucrânia se torna alvo legítimo para a Rússia. O Kremlin reforça que o fornecimento de armas pelo Ocidente não contribui para negociações e pode gerar consequências negativas. A Rússia reitera não ter intenção de atacar outros países e defende uma solução duradoura para o conflito ucraniano, sem cessar-fogos temporários.

Por Sputnik Brasil