A Rússia tem intensificado o emprego dos projéteis guiados Krasnopol-M2, movimento que reflete uma mudança significativa em sua doutrina militar, conforme destaca o jornal italiano Il Giornale.

De acordo com a publicação, o novo armamento proporciona à artilharia russa maior flexibilidade, precisão e dificuldade de neutralização, além de torná-la menos vulnerável a ações de guerra eletrônica.

A estatal Rostec anunciou o envio de novos lotes do Krasnopol-M2 para as tropas envolvidas na chamada operação militar especial na Ucrânia. A medida atende às necessidades táticas nas frentes leste e sul, regiões onde a rapidez na identificação e destruição de alvos é considerada crucial.

"A capacidade de produzir e empregar sistemas de fogo seletivo de alta precisão é hoje uma das chaves para garantir a superioridade tática e estratégica no campo de batalha", afirmou Bekhan Ozdoev, diretor do cluster de armamentos da Rostec.

O projétil, disponível nos calibres de 152 mm e 155 mm, utiliza guiamento a laser independente de sistemas como GPS ou GLONASS, o que o torna mais resistente a interferências eletrônicas. Com alcance entre 26 e 30 km e ogiva de alto poder explosivo, o Krasnopol-M2 já demonstrou, segundo fontes militares russas, eficácia contra blindados e sistemas ocidentais modernos. Sua integração com drones permite a coordenação de tiros em tempo real.

Para o Il Giornale, o uso ampliado do Krasnopol-M2 indica que Moscou busca substituir a antiga lógica de ataques de saturação por uma abordagem de ataques precisos e rápidos, reforçando sua autonomia tecnológica e adaptando sua artilharia às demandas dos conflitos atuais.

A Rostec também entregou recentemente ao Ministério da Defesa da Rússia um novo lote de mísseis antitanque Kornet e projéteis Krasnopol-M2, como parte de uma encomenda estatal de defesa.

Segundo a empresa, o Krasnopol-M2, disparado por canhões rebocados e autopropulsados, foi projetado para destruir peças de artilharia autopropulsadas, tanques, veículos de combate de infantaria, blindados de transporte de pessoal, pontes, travessias fluviais e fortificações inimigas.

Na zona da operação especial, as tropas russas já utilizaram o Krasnopol para atingir postos de controle de drones, bunkers e alvos blindados em movimento, como tanques Abrams e Leopard, conforme informou a Rostec.