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IBGE revisa limites de biomas e Cerrado ganha área enquanto Mata Atlântica perde

Revisão técnica redefine fronteiras entre Cerrado e Mata Atlântica em Minas Gerais e São Paulo, ampliando o Cerrado em 1,8% e reduzindo a Mata Atlântica em 1,0%

18/11/2025
IBGE revisa limites de biomas e Cerrado ganha área enquanto Mata Atlântica perde
- Foto: Reprodução

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta terça-feira, 18, uma revisão nos limites dos biomas brasileiros que resultou em um acréscimo de 1,8% na área do Cerrado e uma redução de 1,0% na Mata Atlântica. As mudanças ocorreram principalmente nos estados de Minas Gerais e São Paulo.

De acordo com o IBGE, a alteração dos limites foi realizada nas zonas de contato entre os dois biomas, a partir de critérios técnicos, e não por conta de desmatamentos ou reflorestamentos recentes. “A alteração do limite se deu nas áreas de contato entre os dois biomas, a partir da avaliação de critérios técnicos, e não por questões de redução ou ampliação da área devido a possíveis desmatamentos ou reflorestamentos”, explicou o instituto em nota.

A revisão abrangeu aproximadamente 19.869 km² do território brasileiro, sendo 816 km² em Minas Gerais e 19.053 km² em São Paulo. A Mata Atlântica teve sua área ampliada nas proximidades de Belo Horizonte, incluindo todo o município e áreas ao norte da capital mineira. Já o Cerrado foi expandido, principalmente, no centro-norte do estado de São Paulo.

O processo de revisão foi conduzido por uma equipe multidisciplinar de especialistas e incluiu cinco expedições de campo em áreas apontadas por organizações da sociedade civil e órgãos ambientais. Segundo o IBGE, a redefinição dos limites considerou fatores como clima, geologia, geomorfologia, pedologia e vegetação. Outros biomas não foram avaliados nesta divulgação.

“O grande diferencial desse produto é que ele já tem uma proposta totalmente integrada dos quatro temas que a gente trabalha no IBGE, que são geologia, geomorfologia, pedologia e vegetação, além de nos basearmos em dados climáticos e utilizarmos técnicas avançadas, como modelos digitais de elevação”, destacou Luciana Mara Temponi de Oliveira, chefe do setor de Meio Biótico do IBGE.