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Governo de Portugal apura caso de menino brasileiro que teve dedos mutilados em escola

Inspeção-Geral da Educação e colégio instauram inquéritos; família recebe apoio jurídico e psicológico do consulado brasileiro

18/11/2025
Governo de Portugal apura caso de menino brasileiro que teve dedos mutilados em escola
- Foto: Reprodução

O caso do menino brasileiro de 9 anos que teve dois dedos mutilados em uma escola de Portugal será investigado formalmente pela Inspeção-Geral da Educação, órgão fiscalizador vinculado ao Ministério da Educação português. A informação foi confirmada à Rádio França Internacional (RFI).

O Agrupamento de Escolas Souselo, responsável pela região onde está localizada a escola, também instaurou um inquérito interno. Além dessas apurações administrativas, a RFI informou que pelo menos 15 advogados se ofereceram para representar a família do menino. Os defensores preparam uma queixa ao Ministério Público de Portugal e ações relacionadas à responsabilidade civil do colégio.

A criança foi atacada na escola na segunda-feira, 10. Segundo Nívia Estevam, mãe do menino, de 27 anos, ele já havia sofrido outras agressões na Escola Básica da Frente Coberta, situada a cerca de 130 km da cidade do Porto.

De acordo com Nívia, o menino havia acabado de entrar no banheiro quando dois colegas o seguiram e fecharam a porta sobre seus dedos. Eles teriam pressionado a porta até causar a amputação, e a criança precisou se arrastar para pedir socorro.

Em entrevista à RFI, Nívia relatou não ter recebido nenhum contato do Ministério da Educação de Portugal, da escola ou dos pais das crianças envolvidas no caso. Ela afirmou que apenas o Consulado do Brasil no Porto ofereceu apoio jurídico e psicológico à família.

A mãe do menino contou que, na segunda-feira, recebeu um telefonema da escola informando que o filho havia sofrido um acidente leve. No entanto, já na ambulância, o bombeiro entregou o dedo do filho em sua mão e pediu que ela segurasse.

Nívia destacou que a família iniciará acompanhamento psicológico. Em relação à saúde do menino, informou que ele fará a troca de curativo na quarta-feira, 19. O garoto passou por uma cirurgia de três horas, mas as pontas dos dedos não puderam ser reconstituídas.

Pesadelos e gravidez

Na entrevista, Nívia também revelou que a família precisou mudar de endereço devido ao receio com a repercussão do caso, estando provisoriamente na casa de parentes. "Nós não iremos voltar para casa. O José não vai voltar para aquela escola. Ainda estamos procurando casa", afirmou à RFI.

Segundo ela, o menino permanece sem acesso às redes sociais. O período da noite tem sido mais difícil, pois ele apresenta pesadelos e necessita de medicação.

"Só quero que cuidem do trauma dele. Que ele volte a brincar, a sorrir, a ser criança", declarou. Nívia contou ainda que descobriu estar grávida um dia antes do acidente do filho, após dois anos tentando engravidar.