Geral
Sem o controle da indústria legal, produto expõe consumidor a risco
Falta de fiscalização e práticas inadequadas facilitam a circulação de bebidas falsificadas, colocando em risco a saúde do consumidor e desvalorizando o mercado formal
O caminho ideal de uma bebida legalizada, sem intermediários irregulares, deve ser simples e transparente. O produto sai diretamente dos produtores, empresas e importadores para distribuidores homologados ou grandes redes de supermercado, garantindo controle de qualidade, procedência e preços justos. Esses distribuidores, então, revendem para bares, restaurantes, pequenos mercados e adegas, assegurando a autenticidade da bebida consumida pelo cliente.
Mesmo assim, o consumidor pode e deve adotar uma postura ativa nessa cadeia, atento a possíveis indícios de irregularidade. A Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe) lançou uma cartilha com orientações para identificar produtos falsificados. O documento reúne dicas valiosas para evitar a compra de bebidas adulteradas.
Entre as recomendações, destaca-se: jamais consumir destilados sem rótulo ou com rótulos danificados. Em caso de dúvida, solicite a visualização da garrafa. Falsificações podem enganar à distância, mas de perto revelam erros grosseiros de português ou falhas de impressão. As informações legais, como o registro da bebida, devem estar obrigatoriamente em língua portuguesa.
A tampa é outro ponto de atenção. Desconfie de tampas danificadas, com vazamentos ou manchas. A tecnologia de vedação é cara e difícil de ser reproduzida por falsificadores.
Como a presença de metanol só pode ser detectada por análise laboratorial, a principal sinalização de alerta é o preço: valores muito abaixo da média do mercado indicam risco de adulteração. Promoções são atraentes, mas preços cerca de 30% menores que o habitual exigem cautela. Nesses casos, exija nota fiscal.
Optar por estabelecimentos de confiança é fundamental. A recomendação de ouro é sempre escolher varejistas, restaurantes ou bares com boa reputação no mercado.
ALERTA: Fábricas clandestinas, sem condições mínimas de higiene e segurança, utilizam insumos de baixa qualidade e, muitas vezes, metanol de forma indiscriminada. Além de produzirem bebidas duvidosas, essas fábricas envasam líquidos baratos em garrafas de destilados premium. Produtos que custariam R$ 200 podem ser substituídos por bebidas de R$ 20.
As garrafas representam outro elo vulnerável no combate à falsificação. Muitos bares e restaurantes não descartam adequadamente suas garrafas vazias, alimentando um mercado paralelo ativo em marketplaces e na internet. Apesar de ações policiais terem derrubado algumas páginas, a oferta ainda persiste.
Para dificultar a reutilização, alguns estabelecimentos trituram garrafas, removem rótulos e separam tampas. A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) recomenda inutilizar recipientes, quebrando lacres, marcando o vidro ou descartando sem a tampa.
Falsificações chegam aos bares e restaurantes quando proprietários são seduzidos por ofertas com descontos de pelo menos 30% em relação aos valores praticados pela indústria legal. Embora não seja possível afirmar que todos os compradores têm ciência da fraude, adquirir de atravessadores é, sem dúvida, assumir o risco de contaminação.
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