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Setor de bebidas se mobiliza para combater falsificações no Brasil
Empresas, entidades e governo de São Paulo unem esforços para ampliar a segurança e combater o mercado ilegal de destilados, após casos de intoxicação e mortes.
O universo dos destilados no Brasil — incluindo grandes empresas, importadores, entidades representativas, varejistas, donos de bares e restaurantes, além de governos estaduais e prefeituras — está investindo em ações integradas para coibir as falsificações no país.
O governo de São Paulo coordena um grupo de trabalho com o setor produtivo para ampliar a segurança dos destilados comercializados. A iniciativa surgiu após recentes casos de intoxicação e mortes causados pelo consumo de bebidas adulteradas com metanol, produzidas em fábricas clandestinas identificadas pela polícia. Um protocolo de intenções foi firmado entre secretarias estaduais e representantes do setor de bebidas, com o objetivo de estruturar medidas conjuntas de prevenção, fiscalização e controle de qualidade.
Entre os participantes estão entidades como a Associação Brasileira de Bebidas Destiladas (ABBD), Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe) e Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), além das principais marcas de bebidas destiladas atuantes no país, como Diageo, Brown-Forman, Pernod Ricard, Bacardi-Martini e Beam Suntory. Trata-se da maior mobilização já realizada pela indústria para combater o mercado ilegal e fortalecer a transparência em toda a cadeia produtiva.
Dessa articulação nasceu o projeto Bebida Legal. Em sua primeira fase, o destaque é o lançamento de uma plataforma online gratuita e permanente voltada ao combate de bebidas falsificadas. Desenvolvida por ABBD, Abrabe e Abrasel, com apoio do governo paulista, a plataforma oferece treinamentos para o reconhecimento de bebidas adulteradas e adoção de boas práticas de aquisição. Ao concluir o curso, os participantes recebem um certificado, e o consumidor poderá consultar os estabelecimentos certificados.
O grupo de trabalho também discute a criação de uma certificação voluntária, um selo que ateste boas práticas de produção e comercialização. Em nota, o governo de São Paulo informou que "o tema está em fase de análise e qualquer modelo será amplamente dialogado com o setor produtivo e órgãos de controle, como forma de garantir segurança ao consumidor e respaldo técnico às empresas".
Outros projetos estão em andamento. A Abrabe, por exemplo, lançou uma cartilha para o consumidor final, destacando os "sete erros" das bebidas falsificadas — da tampa ao líquido. Além disso, há o reforço em programas de reciclagem, como o Glass is Good, iniciativa de logística reversa que vai da separação do vidro à produção de novas embalagens.
O projeto Glass is Good está se expandindo em bares, restaurantes, casas noturnas, condomínios, empresas e eventos. "Programas especializados em fluxo de retorno seguro são necessários para que garrafas 'não criem pernas' no meio do caminho", afirma Cristiane Foja, presidente da Abrabe.
Já a ABBD tem atuado para coibir a venda online de produtos ilegais, defendendo a responsabilização de plataformas digitais que hospedam anúncios de bebidas falsificadas ou insumos para fraudes. "Já acionamos o Ministério da Justiça", destaca Eduardo Cidade, presidente da ABBD.
O Ministério da Justiça determinou que plataformas suspendam a venda de itens que possam ser utilizados na falsificação de bebidas, como lacres, tampas, selos e garrafas.
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