O vice-presidente do Federal Reserve (Fed), Philip Jefferson, afirmou nesta segunda-feira (17) que a economia dos Estados Unidos perdeu força no trimestre devido à paralisação do governo. Segundo Jefferson, o shutdown provavelmente reduziu a atividade econômica neste período, mas ele considera esses efeitos como "majoritariamente temporários" e acredita que deverão ser revertidos nos próximos meses.

O dirigente lembrou que, antes do shutdown, os dados disponíveis indicavam que a economia norte-americana mantinha uma trajetória de crescimento moderado.

Jefferson avaliou ainda que o balanço de riscos mudou nos últimos meses, com maior risco negativo para o emprego em comparação aos "riscos altistas" para a inflação. Ele destacou que o mercado de trabalho mostra sinais de esfriamento, com dados consistentes com um arrefecimento gradual tanto da demanda quanto da oferta de mão de obra. O vice-presidente do Fed projeta uma leve alta na taxa de desemprego até o fim do ano.

Sobre a inflação, Jefferson ressaltou que as leituras recentes indicam estagnação no progresso rumo à meta de 2%. Para ele, esse cenário está relacionado aos efeitos tarifários, reforçando a avaliação de que "tarifas resultam em um ajuste único no nível de preços, e não em um problema persistente".

No campo da política monetária, Jefferson reiterou que apoiou a decisão de outubro de reduzir a taxa básica em 25 pontos-base, movimento que considerou apropriado diante do aumento dos riscos ao emprego.

O vice-presidente do Fed afirmou ainda que "a atual postura de política permanece um tanto restritiva", embora esteja mais próxima de seu nível neutro.

Ele também comentou o processo de redução do balanço do Fed, confirmando que a estabilidade será mantida a partir de dezembro "por algum tempo", concluindo o período de enxugamento iniciado em 2022. Jefferson alertou, porém, que o shutdown do governo afetou a produção estatística americana e pode limitar a visibilidade do Fed. "Permanece incerto quantos dados oficiais teremos disponíveis até lá", afirmou ao comentar a próxima reunião do banco central.