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Governo brasileiro avalia aplicar Enem na Argentina, Uruguai e Paraguai

Ministério da Educação estuda levar o exame a países do Mercosul a partir de 2026, ampliando oportunidades para estudantes brasileiros e estrangeiros

Sputnik Brasil 17/11/2025
Governo brasileiro avalia aplicar Enem na Argentina, Uruguai e Paraguai
Foto: © Foto / Tomaz Silva/Agência Brasil

O Ministério da Educação (MEC) estuda a possibilidade de aplicar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em países do Mercosul, conforme anunciou o ministro Camilo Santana.

Durante coletiva de imprensa sobre o exame, Santana e o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Manuel Palacios, informaram que será realizado um estudo para avaliar a viabilidade da aplicação do Enem na Argentina, Uruguai e Paraguai em 2026.

A proposta prevê a aplicação da prova em português nas capitais desses três países, tanto para candidatos brasileiros quanto estrangeiros. O projeto ainda depende de uma análise detalhada, incluindo custos e logística, e deverá ser apresentado antes do início das inscrições, destacou o ministro.

"Quanto à aplicação do exame nos países do Mercosul, essa é uma proposta que vamos estudar com atenção. Tenho certeza de que encontraremos um caminho viável para atender a essa demanda e fomentar a integração entre os países do bloco", afirmou Santana. "O Inep está analisando todos os detalhes, incluindo custos e logística de aplicação."

Segundo o ministro, a atuação da Universidade Latino-Americana da União do Mercosul (UNILA), no Paraná, reforça a necessidade de ampliar o acesso de estudantes internacionais.

"Inclusive, retomamos a obra do [arquiteto Oscar] Niemeyer, que será entregue no próximo ano. A ideia é abrir as portas das universidades para estudantes do Mercosul, especialmente de Buenos Aires, Montevidéu e Assunção", completou Santana.

Enem no Brasil: 70% dos inscritos participaram das duas etapas

Milhões de candidatos participaram neste domingo (16) da segunda etapa do Enem, com provas de ciências da natureza e matemática aplicadas em 1.805 municípios das 27 unidades federativas.

De acordo com o Inep, cerca de 70% dos mais de 4,81 milhões de inscritos compareceram nos dois domingos de provas (9 e 16 de novembro), percentual semelhante ao registrado em edições anteriores, segundo balanço preliminar.

Na segunda etapa, os participantes responderam questões de matemática e ciências da natureza, abrangendo química, física e biologia.

O ministro destacou ainda que, em 2025, o Enem voltará a certificar a conclusão do ensino médio para candidatos maiores de 18 anos, desde que cumpram os requisitos de pontuação mínima.

"Quase 100 mil pessoas se inscreveram para a finalidade de certificação e, também, a novidade deste ano foi a pré-inscrição dos alunos do ensino médio", ressaltou Santana.

Durante a coletiva, foi anunciado que, a partir de 2026, o Enem será utilizado como instrumento de avaliação do ensino médio, substituindo o Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), com o objetivo de motivar mais estudantes a se dedicarem à prova.

"Vamos trabalhar em 2026 para produzir uma avaliação da conclusão da educação básica por meio do Enem, que certamente colocará em outro patamar a aferição da qualidade da nossa educação básica. Teremos estudantes muito mais motivados para a participação nessa avaliação e uma prova que cobre todas as habilidades e conhecimentos", explicou Palacios.

Ocorrências e segurança

Cerca de 1,7 mil candidatos foram eliminados por comportamentos inadequados durante o segundo dia de provas do Enem, número preliminar abaixo da média histórica, segundo o Inep.

Detector de metais é utilizado pela primeira vez

O exame foi aplicado em todas as 27 unidades da federação, em cerca de 165 mil salas de prova, que, de forma inédita, foram equipadas com detectores de metais para coibir tentativas de fraude.