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Autoridade iraniana acusa AIEA de compartilhar informações com Israel sobre instalações nucleares

Vice-presidente do Irã sugere uso indevido de dados da Agência Internacional de Energia Atômica em ataque israelense a fábrica de combustível nuclear em Teerã.

Sputinik Brasil 16/11/2025
Autoridade iraniana acusa AIEA de compartilhar informações com Israel sobre instalações nucleares
Foto: © POOL / Acessar o banco de imagens

O vice-presidente do Irã e presidente da Organização de Energia Atômica iraniana, Mohammad Eslami, afirmou neste domingo (16) que o primeiro local nuclear iraniano atingido por Israel foi uma fábrica de produção de combustível para um reator de pesquisa nuclear em Teerã, cuja existência era conhecida apenas pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

"O primeiro local atacado por Israel foi a fábrica que produzia combustível para o reator de Teerã. [...] A Agência Internacional de Energia Atômica tinha informações sobre isso. Tínhamos uma sala para testes naquele prédio, equipada com a ajuda da AIEA, e foi exatamente essa sala que foi atacada. Como um ataque tão preciso poderia ter sido realizado, a não ser por meio do uso indevido de informações da AIEA?"

Eslami destacou ainda que o reator de pesquisa nuclear, abastecido pelo combustível produzido na fábrica, é utilizado para fins pacíficos, como a produção de medicamentos radioativos destinados a hospitais.

Em 13 de junho, Israel lançou uma operação militar contra o Irã, direcionando ataques a instalações nucleares, comandantes militares, físicos nucleares de destaque e bases aéreas, após acusar o país de manter um programa nuclear militar secreto. O Irã negou as acusações. Durante 12 dias, houve troca de ataques, incluindo a participação dos Estados Unidos, que atingiram instalações nucleares iranianas em 22 de junho.

Em resposta, Teerã retaliou atacando a base aérea americana de Al Udeid, no Catar, e declarou não ter intenção de ampliar o conflito. No dia 23 de junho, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que Israel e Irã haviam concordado com um cessar-fogo, encerrando o que chamou de "guerra de 12 dias".