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Indígena Guarani-Kaiowá é assassinado por pistoleiros em Iguatemi (MS)
Ataque ocorreu após retomada de território em área de conflito fundiário; outros quatro indígenas ficaram feridos
Um homem da etnia Guarani-Kaiowá foi assassinado neste domingo (16) em Iguatemi, a 412 km de Campo Grande (MS), após a comunidade ser alvo de ataque por pistoleiros. A informação foi confirmada pelo Ministério dos Povos Indígenas e pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).
Em nota conjunta, as instituições informaram que o ataque foi uma retaliação à retomada da área Pyelito Kue. Outros quatro indígenas Guarani-Kaiowá ficaram feridos.
“O MPI manifesta profundo pesar pela morte do indígena Guarani-Kaiowá na comunidade de Pyelito Kue, município de Iguatemi, após ataques de pistoleiros, em contexto de recente retomada realizada nos dias anteriores”, diz trecho da nota publicada.
Segundo o ministério, uma equipe do Departamento de Mediação e Conciliação de Conflitos Fundiários Indígenas (DEMED/MPI), em conjunto com a Funai, acionou os órgãos de segurança pública e acompanha as ações do Governo Federal na região.
A área faz parte da Terra Indígena (TI) Iguatemipeguá I, onde há sobreposição de fazendas, e foi retomada pelos indígenas no dia 3 de novembro.
O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) relatou nas redes sociais que os ataques começaram por volta das 4h da manhã.
"A Força Nacional não estava na região e demorou para chegar. Além disso, os agressores danificaram uma ponte que dava acesso ao território. A Força Nacional teve que fazer um giro muito maior para conseguir chegar no território".
As retomadas dos Guarani-Kaiowá se intensificaram nos últimos meses, com o objetivo de conter a pulverização de agrotóxicos, que tem causado adoecimento e insegurança hídrica e alimentar, segundo o ministério.
"É inaceitável que indígenas continuem perdendo suas vidas por defender seus territórios. A morte de mais um indígena Guarani-Kaiowá acontece ao mesmo tempo em que o mundo discute e visualiza a importância dos povos indígenas para a mitigação climática debatida na COP30, infelizmente evidenciando que não existe trégua na perseguição aos corpos dos defensores do clima", conclui a nota.
Em junho deste ano, a Funai atualizou a composição do Grupo de Trabalho responsável por estudos complementares de identificação e delimitação dos territórios Iguatemipeguá II e III, que abrangem quatro municípios da região sul.
A área, com cerca de 42 mil hectares, foi delimitada em 2013 pela Funai para abrigar as comunidades Pyelito Kue e Mbaraka'y, mas o processo de demarcação não avançou.
A aldeia, com menos de 100 hectares, foi definida por acordo judicial de 2014 e abriga 120 famílias. Entretanto, os indígenas alegam que o espaço é insuficiente para o cultivo e a caça de subsistência, motivo pelo qual decidiram ocupar áreas onde as fazendas Cachoeira e Cambará se sobrepõem ao território demarcado.
Por Sputinik Brasil
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