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Sistema Solar pode estar se movendo pelo espaço mais rápido do que se pensava, aponta estudo
Nova pesquisa sugere que a velocidade do Sistema Solar ao redor da Via Láctea é três vezes maior do que estimativas anteriores, desafiando modelos cosmológicos atuais.
O Sistema Solar pode estar cruzando o espaço a uma velocidade muito superior à estimada até então. Astrônomos calculam que nosso sistema orbita o centro da Via Láctea a cerca de 828.000 km/h, mas um novo estudo indica que essa velocidade pode ser três vezes maior do que se pensava.
A descoberta, publicada na revista Physical Review Letters, pode trazer implicações significativas para o modelo padrão da cosmologia, que atualmente explica a estrutura, composição e evolução do Universo.
Para chegar a esse resultado, a equipe utilizou a rede de radiotelescópios Low Frequency Array (LOFAR) e outros dois radiotelescópios para mapear a distribuição das radiogaláxias. Essas galáxias emitem ondas de rádio intensas a partir de lóbulos que se estendem além da estrutura visível de suas estrelas, tornando-se ferramentas valiosas para medir o movimento do Sistema Solar.
As ondas de rádio emitidas pelas radiogaláxias têm comprimentos de onda suficientemente longos para atravessar o gás e a poeira cósmica, diferentemente de outras radiações eletromagnéticas. Segundo os pesquisadores, na direção do movimento do Sistema Solar, espera-se observar um aumento sutil no número dessas galáxias — um efeito detectável apenas com instrumentos altamente sensíveis.
"Nossa análise mostra que o Sistema Solar está se movendo mais de três vezes mais rápido do que os modelos atuais preveem", afirmou Lukas Bohme, líder da equipe e pesquisador da Universidade de Bielefeld, em comunicado. "Este resultado contradiz claramente as expectativas baseadas na cosmologia padrão e nos obriga a reconsiderar nossas suposições anteriores."
O estudo revelou uma anisotropia — uma diferença na distribuição das radiogaláxias — 3,7 vezes maior do que a prevista pelo modelo cosmológico padrão, que descreve a evolução do cosmos desde o Big Bang.
Os resultados também concordam com observações infravermelhas anteriores de quasares, objetos alimentados por buracos negros supermassivos que emitem intensa energia. A correlação entre essas duas linhas de pesquisa sugere que os dados refletem uma característica real do Universo, e não um erro de medição.
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